SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Palco de rebeliões em presídios no começo do ano, Goiás iniciou uma força-tarefa para analisar e julgar processos de presos provisórios no estado.
Por 40 dias, a Corregedoria Geral de Justiça e o TJ-GO (Tribunal de Justiça de Goiás) vai coordenar trabalhos nas unidades prisionais do estado para atualizar o cadastro dos detentos junto ao BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões) e levar o máximo de processos do status provisório para o definitivo.
“A intenção não é contar presos, mas sim analisar e julgar a situação de cada um”, diz a juíza auxiliar da Presidência do TJ-GO, Maria Cristina Costa. O mutirão teve início nesta segunda-feira (2).
De acordo com o BNMP, são 16.621 presos no estado, sendo que 7.050 são considerados provisórios que estão no cárcere há mais de 180 dias.
A iniciativa surgiu após reunião realizada em março com a ministra Cármen Lúcia, presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), que solicitou a realização de forças-tarefas nos estados de Goiás, Roraima e Sergipe.
O sistema carcerário goiano foi destaque no noticiário nacional no começo do ano com duas rebeliões no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, nos dias 1º e 5 de janeiro. Na primeira delas, nove detentos morreram -sendo dois deles, decapitados- e outros 14 ficaram feridos.
De acordo com dados do Ministério da Justiça divulgados no final de 2017, o Brasil ultrapassou a Rússia e atualmente abriga a terceira maior população carcerária do mundo, com 699 mil detentos, atrás somente dos Estados Unidos (2,1 milhões) e da China (1,6 milhão).
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