O governador Robinson Faria (PSD) afirmou na tarde desta quinta-feira (19) que as forças policiais do Estado estão preparadas para entrar a qualquer momento no presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, que está tomado por presos rebelados há seis dias.
“A curto prazo agora é evitar uma nova briga, uma nova matança entre eles. Por isso nós vamos entrar daqui a pouquinho, a operação vai começar já já. Em um segundo momento vamos transferir os presos das facções para presídios separadamente”, afirmou Faria em entrevista à GloboNews.
Ele ainda falou em separar membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Sindicato do Crime, que hoje andam livremente dentro do presídio.
“A ordem é retomar a ordem do presídio, fazer uma corrente humana dentro, de policiais, separando eles, para acabar com essa folga de ficarem perambulando, e amanhã se inicia a construção de um paredão, de placas de concreto, para separar até você ter toda a remoção, no Estado inteiro”
O governador já tinha dito na quarta (18), que não negociará com as facções envolvidas no conflito que começou no último sábado (14) em Alcaçuz e desde quarta toma também as ruas de ao menos cinco cidades do Estado. Ao todo, a Secretaria de Segurança Pública contabiliza 38 ataques, sendo 22 deles incêndios em ônibus.
“Essa crise é, talvez, a pior da história da segurança pública no RN, motivada por briga de facções criminosas em todo o país. Nosso governo não recuou, e por não ter negociado e se intimidado, [os bandidos] querem levar o pânico a população. Não vamos aceitar, nosso governo não negocia com bandidos, não recua”, disse Faria em vídeo divulgado na quarta.
Para o governador, a escolha do local do presídio de Alcaçuz foi um equívoco por se tratar de uma área de duna, arenosa. “Temos que depois discutir com o departamento do engenharia, desocupar Alcaçuz, fazer uma realocação, ou interditar de vez ou fazer uma reconstrução para tornar o presídio altamente blindado, seguro.”
Ao menos 27 presos foram mortos desde o início da crise prisional no Rio Grande do Norte. Apenas em Alcaçuz são 26 mortes confirmadas. Na manhã desta quinta, o tensão voltou a aumentar, com novo confronto entre as duas facções. O governador afirmou haver feridos, mas não confirmou o estado deles e se houve mortes.
Folhapress
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