Promotores de Justiça, procuradores da República e procuradores do Trabalho, apresentaram na manhã desta segunda feira, 27, no Conselho Nacional do Ministério Público, uma representação com pedido de afastamento do ex-senador Demóstenes Torres da função de procurador de Justiça, desempenhada no Ministério Público de Goiás.
A solicitação é para que Demóstenes fique proibido de desempenhar sua profissão até que as investigações sobre seu envolvimento com o contraventor, Carlinhos Cachoeira, sejam concluídas. “Se ele não serve para ser senador, por que serviria para ser procurador de Justiça”, questiona, o também procurador, Marcello Wolff.
A representação foi assinada por 80 profissionais que se dizem constrangidos com o retorno de Demóstenes ao MP, após sua cassação no Senado. Marcelo Wolff, em sua rede social, acrescenta: “O Ministério Público é uma instituição que depende da sua credibilidade junto à população. Como pode o cidadão confiar em Demóstenes?”
“A força e a gravidade dos fatos (em que Demóstenes está envolvido), as reclamações disciplinares e a cassação por falta de decoro parlamentar, formam, por si só, um contexto a recomendar o deferimento dos presentes pedidos de suspensão/afastamento cautelar do procurador, como medidas mais acertadas para preservar os interesses e direitos da sociedade, bem como da instituição”, relata o documento apresentado.
Os autores do processo ressaltam quem as ligações indevidas de Demóstenes com o chefe de uma organização criminosa, são evidentes e inquestionáveis. Os profissionais afirmam temer pela imagem do Ministério Público, que tem sido alvo de manchetes que vinculam o órgão à atividades ilícitas praticadas pelo ex-senador.
O pedido será avaliado pelo CNMP com direito de defesa por parte de Demóstenes Torres.
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