O FMI (Fundo Monetário Internacional) manteve, em seu novo relatório, a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 0,2% neste ano. Para 2018, no entanto, a previsão divulgada nesta terça (18) é mais otimista do que anterior: expansão de 1,7% contra os 1,5% estimados em janeiro.
Mas, para que o país consiga recuperar o crescimento, o fundo destaca a implementação de “ambiciosas reformas” que ataquem despesas “insustentáveis”, como na seguridade social -que abarca Previdência, saúde e assistência social.
O índice do PIB para 2017 já tinha sido revisado para baixo em janeiro, e apesar do crescimento tímido, há uma melhora em relação à queda dos últimos dois anos: -3,8% em 2015 e -3,6% em 2016.
Em março, o Ministério da Fazenda também reduziu sua projeção de crescimento do PIB para este ano -de 1% para 0,48%-, ajustando os números em relação ao mercado. Já o mercado passou a ver expansão de 40% para este ano, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. Para 2018, os analistas brasileiros mantêm expectativa de alta de 2,5%.
Segundo o relatório Panorama Econômico Global, espera-se que o Brasil saia de uma de suas “mais profundas recessões”, com uma recuperação gradual apoiada “numa menor incerteza política, no corte dos juros e no progresso da agenda de reformas”.
“A projeção é de que o crescimento se recupere gradualmente e permaneça moderado. Neste contexto, as perspectivas macroeconômicas do Brasil dependem da implementação de ambiciosas reformas estruturais, econômicas e fiscais”, diz a análise do FMI.
Segundo o relatório, para que o Brasil sustente a consolidação fiscal a médio prazo, o foco do governo deve ser as reformas sobre “mandatos de despesa insustentáveis, incluindo no sistema de seguridade social”. “Também há mérito em empreender ações para conseguir uma redução mais intensa do deficit fiscal”, diz o texto.
Para o FMI, para que o Brasil consiga elevar o investimento e a produtividade, deverá lidar com antigos gargalos de infraestrutura, simplificar o código tributário e reduzir barreiras ao comércio.
CHINA E EUA
Já a expectativa de crescimento para os EUA nos próximos dois anos também se manteve, com 2,3% para este ano e 2,5% em 2018. No último ano do governo Obama, o país cresceu 1,6%.
No relatório, o FMI aumenta a projeção de crescimento global para o ano, que deve agora passar dos 3,1% de 2016 para 3,5%. Em 2018, a expansão será menor, com um crescimento previsto de 3,6%.
Segundo o fundo, há a expectativa de que a atividade aumente de forma acentuada nas economias emergentes e em desenvolvimento, considerando a recuperação parcial dos preços das commodities e a manutenção de um crescimento forte na China e em outros importadores de commodities.
Para a China, a previsão é de uma leve desaceleração, mas com índices ainda muito expressivos. O crescimento, que foi de 6,7% em 2016, será de 6,6% neste ano, segundo a projeção do FMI. Em 2018, cairá para 6,2%. A Índia, por sua vez, deve atingir um crescimento de 7,7% em dois anos.
Nas economias avançadas, a recuperação tem sido impulsionada principalmente pelas projeções de maior crescimento nos Estados Unidos, onde a atividade foi freada em 2016 por ajuste de estoque e fraco investimento.
“Desde a eleição nos EUA, a expectativa de uma política mais flexível no país contribuiu para um dólar mais forte e taxas de juros mais altas do Tesouro norte-americano, elevando os rendimentos também em outros países”, diz o texto.
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