Em uma reunião encerrada na tarde desta sexta (18), o FMI (Fundo Monetário Internacional) deu o sinal verde para a continuidade das negociações de um novo empréstimo para a Argentina. O valor e as condições do financiamento, porém, ainda não foram estabelecidos.
Em nota, o FMI informou que a operação solicitada é de “acesso excepcional”, o que significa que ela deve superar em pelo menos quatro a cinco vezes as cotas da Argentina no fundo, que são atualmente de US$ 4,5 bilhões -numa operação de cerca de US$ 20 bilhões, no mínimo.
A intenção do governo de Mauricio Macri é obter um empréstimo do tipo “stand-by”, o clássico socorro financeiro do FMI a países em dificuldades.
Essa modalidade de acordo exige a assinatura de uma carta de compromissos pelo país, e o estabelecimento de metas que condicionam a liberação do dinheiro.
Parte da população argentina teme que as exigências envolvam um severo corte de gastos e o aumento das tarifas de serviços como luz e gás. No passado, essas imposições geraram revolta e protestos, e muitos argentinos ainda hoje associam o FMI a arrochos fiscais e crises financeiras.
Segundo a assessoria do fundo, tarifas e metas não foram discutidas na reunião desta sexta.
Existe a expectativa de que o órgão exija o corte de despesas públicas, a fim de reduzir o elevado déficit fiscal da Argentina.
Na reunião, a diretoria ouviu uma exposição da equipe técnica do FMI sobre o atual estado econômico da Argentina, mergulhada em uma crise cambial e com alto índice de inflação e endividamento.
Em cerca de uma hora e 30 minutos de debates, os países-membros decidiram dar continuidade às negociações.
Em nota, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, afirmou que a operação irá “sustentar o programa econômico integralmente concebido pelo presidente Macri e seu governo”, ao qual declarou “pleno respaldo”.
Isso inclui, segundo nota assinada por Lagarde, a redução da dívida pública da Argentina e o restabelecimento da confiança dos mercados, mas também a proteção da população mais vulnerável e a geração de empregos.
As negociações devem prosseguir em Washington, sede do FMI. (Folhapress)
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