Por Felipe Rosa Mendes
O Flamengo voltou a levar sustos na defesa nesta quarta-feira, mas desta vez não vacilou. Derrotou o Fortaleza por 2 a 1, no Maracanã, no Rio de Janeiro, e se reabilitou no Brasileirão. Bruno Henrique foi o grande nome da partida, com dois gols, ofuscando Gerson, que fez sua despedida com a camisa do rubro-negro. O resultado encerrou a série invicta de 21 jogos do Fortaleza, que ainda não havia perdido no campeonato.
O time carioca abriu 2 a 0, com forte domínio no primeiro tempo. Mas o Fortaleza descontou nos primeiros segundos da etapa final e criou chances para buscar o empate. O roteiro quase lembrou a primeira derrota do Fla no campeonato, na rodada passada, quando levou 3 a 2 do Red Bull Bragantino.
Nesta quarta, o atual bicampeão brasileiro reagiu a tempo de evitar novo tropeço. Chegou aos nove pontos e se aproximou da briga pelas primeiras posições da tabela. Para o Fortaleza, o resultado marcou o terceiro tropeço consecutivo. A equipe cearense, que já ocupou a liderança, estacionou nos 11 pontos e ficou mais longe da ponta.
Como aconteceu na rodada passada, o Flamengo sobrou no primeiro tempo, mas caiu de rendimento no segundo. Em despedida, o volante Gerson jogou abaixo do esperado, com atuação discreta. Nesta quinta, ele embarca rumo à França para se apresentar ao Olympique de Marselha.
O primeiro tempo foi de apenas um time no Maracanã. Organizado e com a vocação ofensiva de costume, o Flamengo controlou a partida, com mais facilidade do que o esperado. Não por acaso. O Fortaleza abusou dos erros e da desorganização. Estava totalmente perdido em campo nos primeiros 45 minutos.
O gol que abriu o placar foi um exemplo claro disso. Aos 20 minutos, o volante Felipe cometeu erro feio na saída de bola, dentro da área, e Bruno Henrique não perdoou. O atacante do Fla roubou a bola, ajeitou com tranquilidade e finalizou para as redes, rasteiro no canto direito do goleiro Felipe Alves.
Em um primeiro tempo com 68% de posse de bola, o Fla jogava e o Fortaleza assistia. Nas raras vezes em que se arriscava no ataque, corria muitos perigos. Aos 29, a frustrada investida ofensiva resultou em rápido contra-ataque, liderado por Michael. Ele atravessou quase meio-campo em disparada, entrou na área, mas bateu em cima de Felipe Alves.
Dono de mais recursos, Bruno Henrique não desperdiçou aos 42. Aproveitando passe de Pedro, ele contou com desvio de Marcelo Benevenuto para aumentar a vantagem dos mandantes. Parecia apenas o segundo capítulo de um massacre que se desenhava.
Mas o segundo tempo teve roteiro diferente. Como vem acontecendo neste início de Brasileirão, o Fla caiu de produção na volta do intervalo. E, logo aos 15 segundos, o Fortaleza descontou. Em jogada bem trabalhada no ataque, David mandou para as redes. O lance foi sintomático da mudança de postura e organização dos visitantes em campo.
O jogo se tornou equilibrado, com chances para ambos os lados. Aos 8, Bruno Henrique tentou encobriu o goleiro do Fortaleza e acertou o travessão. Parecia que somente ele jogava no ataque do Fla. Rogério Ceni, então, sacou Pedro, que voltava ao time após se recuperar da covid-19, e deu nova chance a Rodrigo Muniz, destaque da partida passada.
O setor voltou a ganhar equilíbrio e o duelo seguiu aberto. A defesa rubro-negra, contudo, voltou a exibir maior atenção e neutralizou as principais investidas do Fortaleza, sacramentando a vitória.
FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 2 x 1 FORTALEZA
FLAMENGO – Diego Alves; Matheuzinho, Arão, Rodrigo Caio e Filipe Luís (Renê); Diego (Hugo Moura), Gerson, Vitinho (Gomes); Michael, Bruno Henrique e Pedro (Rodrigo Muniz). Técnico: Rogério Ceni.
FORTALEZA – Felipe Alves; Tinga, Marcelo Benevenuto e Titi; Yago Pikachu, Ederson, Felipe (Ronald), Matheus Vargas (Romarinho) e Lucas Crispim (Osvaldo); Wellington Paulista (Robson) e David (Igor Torres). Técnico: Juan Vojvoda.
GOLS – Bruno Henrique, aos 20 e aos 42 minutos do primeiro tempo David, a 1 minuto do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Gomes e David.
ÁRBITRO – Anderson Daronco (RS).
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).
(Conteúdo Estadão)
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