07 de agosto de 2024
Venda de presentes oficiais

“Fiz um favor para o governo brasileiro”, diz Wassef sobre compra de Rolex

Advogado de Bolsonaro alegou que resolveu comprar o item para devolvê-lo como presente ao governo federal
Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução
Frederick Wassef, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Durante entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (15), o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef, afirmou que comprou com recursos próprios um relógio de luxo Rolex nos Estados Unidos, no dia 14 de março.

O advogado alegou que resolveu comprar o item para devolvê-lo como presente ao governo federal. Na oportunidade, Wassef também negou ter sido designado para reaver o relógio que havia sido vendido anteriormente no país.

“Eu comprei o relógio. A decisão foi minha, não fiz a pedido de Bolsonaro nem de Mauro Cid e não foi uma recompra, porque eu nunca vi esse relógio antes. Eu fiz um favor para o governo brasileiro que me deve R$ 300 mil. E fiz o relógio chegar ao governo”, declarou.

Segundo Wassef, o relógio foi pago em dinheiro vivo porque, de acordo com a legislação americana, dessa forma é mais fácil registrar o nome do comprador, o que também garante desconto. Ele ressaltou que a compra não era ilegal e foi feita com dinheiro de seu banco, de forma lícita, durante uma ida dele aos EUA, para resolver problemas pessoais.

Questionado sobre como o relógio retornou ao país, Frederick Wassef disse que não podia passar mais detalhes, mas disse que isso será relatado em depoimento espontâneo à Polícia Federal (PF).

Rolex foi presente de autoridades sauditas a Bolsonaro, mas venda não é permitida

O relógio foi um presente dado por autoridades sauditas a Bolsonaro durante uma viagem oficial do ex-presidente da República à Arábia Saudita e ao Catar, em 2019. Levado para os Estados Unidos, o item foi vendido ilegalmente, de acordo com a Polícia Federal (PF) por Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro. A peça faz parte de um conjunto de objetos de alto valor apreendidos pela PF durante uma operação realizada em agosto.

Qualquer objeto de valor alto presenteado a uma autoridade do governo é considerado patrimônio da União, não podendo ser vendido. Por conta disso, ao saber da existência do presente, em 15 de março, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu a Bolsonaro o prazo de cinco dias úteis para que o relógio fosse entregue junto com os outros itens que pertenciam ao mesmo kit.

* Com informações da Agência Brasil.

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