22 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:23

Fiscais da prefeitura são afastados por cobrança de propina para propaganda

A gestão João Doria (PSDB) mandou afastar nesta segunda-feira (31) um grupo de servidores públicos, entre eles, chefes de gabinete de prefeitos regionais, suspeitos de cobrar propina para liberar o uso de propaganda ilegal na capital paulista. O caso foi revelado pela rádio CBN.

Na prática, os fiscais da prefeitura faziam vista grossa para propagandas proibidas pela Lei “Cidade Limpa”, em vigor desde 2007. Os valores das propinas eram cobrados de acordo com o material de divulgação.

“Determinei o imediato afastamento de todos os envolvidos para que possa ser feita a investigação. Não tem a menor possibilidade de conviver com nenhum tipo de corrupção em nenhuma prefeitura regional”, disse o prefeito João Doria, em coletiva à imprensa logo após a revelação da denúncia.

Os chefes de gabinete das prefeituras regionais atuavam diretamente no esquema, segundo reportagem da CBN. Um deles era Leandro Benko, que também é irmão do secretário de Turismo da gestão Alckmin (PSDB), Laércio Benko.

Leandro trabalha na Prefeitura Regional da Lapa (zona oeste) e, segundo a CBN, cobrava propina das empresas no próprio gabinete.

À reportagem, a assessoria de imprensa das prefeituras regionais de São Paulo informou que Leandro Benko pediu exoneração do cargo nesta segunda, que foi aceito pela administração. Ele disse que preferiu deixar a função para preparar a sua defesa e não prejudicar as investigações.

Grandes companhias interessadas em anunciar lançamentos imobiliários e vender carros eram as maiores financiadoras do esquema criminoso. Também foram identificadas empresas promotoras de eventos, que faziam a ligação entre os anunciantes e os fiscais da prefeitura envolvidos no crime.

Ao todo, 25 suspeitos entre empresários, atravessadores, servidores públicos e chefes de gabinete foram identificados na denúncia. Eles atuavam nas regiões de Penha (zona leste), Lapa (zona oeste), Sé (centro), Vila Prudente, Mooca, Cidade Tiradentes e em São Mateus -todos na zona leste da capital paulista.

João Doria disse ainda que não descarta afastar os prefeitos regionais onde os fiscais suspeitos atuavam. “O que não haverá é condescendência com nenhuma atitude que possa representar corrupção, solicitação de propina ou facilitação”, afirmou.

Tabela de propina

A propina seguia uma tabela de preços. Por exemplo, as setas que indicam onde está um apartamento decorado na cidade, o plantão de vendas ou o feirão de carros custavam entre R$ 60 e R$ 100 só no final de semana.

A mesma faixa de preço era cobrada para panfletos que eram distribuídos em semáforos. Para liberar o uso de faixas, geralmente usada por dois promotores de vendas, os fiscais cobravam até R$ 200 para não aplicar multa.

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