17 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:30

Fiocruz abre centro de produção de testes para zika, dengue e chikungunya

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) inaugurou nesta sexta-feira (9) um centro que vai produzir testes para diagnóstico de dengue, zika e chikungunya e biofármacos -remédios biológicos.

O Centro Henrique Penna vai produzir o teste sorológico para zika, que gera resultado em cerca de 15 minutos, e o teste molecular para diferenciar zika, dengue e chikungunya. O teste rápido para zika já recebeu validação da Anvisa.

Já a certificação para o teste diferencial, conhecido como ZDC -as iniciais das doenças- deve sair ainda neste mês de dezembro, segundo o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto. Couto não deu previsão de quando eles estarão disponíveis no SUS. O centro terá capacidade para produzir 20 milhões de testes por ano.

“Isso nos permitirá ter visão mais clara do mapa epidemiológico dessas doenças e, com isso, agir pontualmente para evitar microcefalia, mortes e que as pessoas fiquem fora do mercado de trabalho por estarem doentes”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Ao custo de R$ 478 milhões, o centro também terá a primeira planta de protótipos para produtos biofarmacêuticos da América Latina.

“Grande parte das doenças que afligem a população -doenças crônicas, como câncer- é tratada com produtos biológicos. Esses produtos são muito caros. Seria impossível manter esses remédios acessíveis à população sem ter a produção no Brasil”, disse o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.

De início, o centro produzirá a Alfaepoetina, usada no tratamento de anemia em pessoas que têm insuficiência renal crônica, pacientes com aids submetidos ao tratamento com zidovudina e pacientes com câncer que passam por tratamento quimioterápico.

Também produzirá a Filgrastima, usada para tratar efeitos colaterais para pacientes de câncer, e a Somatropina, para tratar deficiência do crescimento.

Atualmente, o Ministério da Saúde importa esses remédios do exterior, a um custo de R$ 8 bilhões por ano. Segundo o ministro, a produção desses remédios no Brasil representará economia de cerca de 30%.

Entre 2010 e 2015, o Ministério da Saúde aumentou o gasto com medicamentos de R$ 6,9 bilhões para R$ 15,8 bilhões. Desse total, 51% foi destinado à compra de biológicos.

Segundo a Fiocruz, um estudo de 2015 indica que o déficit da balança comercial desses biofármacos somou US$ 2 bilhões. Os remédios produzidos no Brasil estarão à disposição da população a partir de junho de 2017.

“O objetivo é ampliar o acesso da população a produtos de nova geração”, disse o diretor de Bio-Manguinhos, Artur Couto.

O nome do centro é uma homenagem a Henrique de Azevedo Penna, médico pesquisador que teve papel importante no desenvolvimento e produção da vacina de febre amarela no Brasil.

Folhapress

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