Desde 2018 em processo de recuperação judicial, a Livraria Cultura não resistiu e precisou que a Justiça decretasse falência da empresa. Isso acontece após a livraria não cumprir com compromissos de recuperação, ou seja, pagar dívidas milionárias e, agora, terá contas e imóveis bloqueados, incluindo a loja icônica, sede da rede, na Avenida Paulista, em São Paulo.
As dívidas, claro, também possuem motivo: “relatos de indícios de fraudes em movimentações financeiras realizadas por sócios da empresa” e também a crise pandêmica, que agravou a situação da área dos livros físicos, que já não vinha bem.
Sobre a decisão judicial, um trecho da sentença diz: “A recuperação foi pensada para socorrer apenas os devedores que realmente demonstrarem condições de se recuperar, posto que o seu processamento deve amparar somente devedores viáveis”. Na decisão, o juiz chegou a lamentar o ocorrido e reconheceu como “notória” o que a Livraria Cultura representou para a sociedade.
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Ainda segundo o juiz, a inadimplência da empresa passa de R$ 1,6 milhão, “não se verificando qualquer perspectiva quanto à possibilidade de adimplemento”.
Na internet, intelectuais lamentaram o fim da Livraria Cultura. Em sua coluna no Estadão, o escritor Leandro Karnal citou alguns dos lamentos: “A morte da Livraria Cultura é triste para quem a frequentou em seu período áureo, mas já era óbvia no nosso papo de 2017. Também é óbvio que muitas livrarias pequenas, como nós editores pequenos, vêm surgindo nas ruas com força, garra e beleza”, disse, Bruno Zoloar, diretor comercial e de marketing da Rocco, no Facebook.
O próprio Karnal também escreveu: “Foi decretada a falência da Livraria Cultura. Comprei centenas de livros lá, passei horas naquele café, vi muitas peças de teatro e lancei vários títulos no espaço do Conjunto Nacional. Aqui o concorrido lançamento do Hamlet com Valderez Carneiro da Silva e Thiago Lacerda. Fim de uma era. Fim da Livraria Cultura ou fim da Cultura?”.
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