21 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:47

Fígado, rins e córneas de mulher de Lula são doados a pacientes paulistas

Marisa Letícia. (Foto: Agência Brasil)
Marisa Letícia. (Foto: Agência Brasil)

As córneas, os rins e o fígado da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva foram doados a pacientes paulistas, segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo. Os nomes dos receptores não foram divulgados.

Internada desde o dia 24 de janeiro, Marisa Letícia morreu aos 66 anos após ter complicações decorrentes de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). No dia 1° de fevereiro, o Hospital Sírio-Libanês informou que a mulher o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tinha mais fluxo cerebral e que o quadro era irreversível.

Diante da situação “irreversível”, os aparelhos foram desligados. Ainda que a ex-primeira dama já não tivesse fluxo de sangue no cérebro era necessário cumprir um protocolo de três etapas, como manda uma portaria do CFM (Conselho Federal de Medicina), para atestar a morte cerebral -confirmada no dia 3.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia foi velada no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo (SP), no último sábado (4), com a presença de seu marido e de integrantes e simpatizantes do PT, como a ex-presidente Dilma Rousseff. “Sou o resultado de uma menina que parecia frágil e segurou a barra para eu ser o que sou”, discursou. “Ela cuidou de todo mundo e nunca reclamou da vida”, disse o ex-presidente, emocionado.

“Eu vou continuar agradecendo a Marisa até a hora de eu morrer. Espero encontrar com ela com o mesmo vestido vermelho que escolhi pra ela. Porque quem não teve medo de vestir vermelho na vida. Não terá em morte. “

Primeira-dama do Brasil de 2003 a 2010, período em que seu marido ocupou a Presidência da República, Marisa Letícia nasceu em 7 de abril de 1950. Conheceu Lula em 1973, aos 23 anos, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, na Grande São Paulo, onde ela nasceu.

Os dois eram jovens viúvos -ele de Maria de Lourdes, que morreu grávida durante uma cesariana de emergência. Ela, de um taxista que morreu assassinado, com quem teve um filho, Marcos, que foi adotado por Lula. O então jovem sindicalista já tinha uma filha, Lurian, fruto de relacionamento com a enfermeira Mirian Cordeiro. Lula e Marisa Letícia se casaram em 1974 e tiveram três filhos: Fábio Luís, Sandro e Luís Cláudio.

TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS

Os órgãos doados de Marisa Letícia são os que apresentam as maiores filas de espera. Segundo a secretaria paulista, 3.062 pacientes ativos aguardam na fila de espera por um órgão no Estado.

A pasta lembra que, apesar de o sistema de transplantes e a fila sejam nacionais, as distribuições são regionalizadas, ou seja, o órgão do doador é viabilizado para um receptor do mesmo Estado por questões de logística de transporte e tempo de isquemia (prazo de duração) do órgão. Quando não se encontra um receptor no Estado, a Central Nacional é acionada para localizar um paciente que necessite desse órgão.

Em 2016, de acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, houve 1.066 doadores viáveis (que tiveram pelo menos um órgão usado em transplante) -em 2015, foram 956. Com isso, o Estado registrou 2.295 transplantes, sendo 1.524 rins, 486 fígados, 126 corações, 95 pulmões e 64 pâncreas.

No segundo trimestre do ano passado, a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) registrou aumento no número de doadores efetivos de órgãos no Brasil: passou de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão.

Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou abaixo do esperado para o período -que era de 16 por milhão de habitantes-, e longe do considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos Estados mais populosos -São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pela ABTO e pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.

(FOLHAPRESS)

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