Zurique – A Fifa cedeu à pressão de dirigentes, críticos e patrocinadores e anunciou que a força-tarefa responsável por sugerir mudanças na entidade será liderada por uma pessoa “fora do mundo do futebol”.
De acordo com a Fifa, o presidente Joseph Blatter decidiu por um nome “independente” em reunião com dirigentes das confederações, durante os eventos do sorteio das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, em São Petersburgo, na Rússia, no fim de semana.
“Neste encontro, foi decidido que a força-tarefa responsável pelas reformas devem ser lideradas por uma pessoa independente, fora do mundo do futebol”, anunciou a Fifa, em nota, antes de destacar: “o trabalho da força-tarefa será supervisionado pelos órgãos independentes da Fifa, como o comitê de auditoria e compliance, o comitê disciplinar e o comitê de ética.”
A mudança é uma resposta às declarações de Domenico Scala, cotado para liderar as reformas. Ele afirmou que não assumiria a função se não tivesse independência para trabalhar. Com a decisão da Fifa, ele estará próximo das reformas, por ser o dirigente responsável pelo comitê de auditoria e compliance, um dos órgãos da entidade que vai avaliar o trabalho da força-tarefa.
A função da força-tarefa será avaliar e propor novas formas de trabalho que evitem casos de corrupção na Fifa. Trata-se de uma resposta da entidade diante do escândalo que vem abalando sua credibilidade. No fim de maio, seus cartolas foram presos na Suíça, às vésperas da eleição presidencial. O ex-presidente da CBF José Maria Marin está entre os detidos em Zurique.
A força-tarefa, contudo, vem recebendo críticas por suspeitas de que não tenha independência em seus trabalhos. Patrocinadores importantes da Fifa, como a Coca-Cola, demonstraram publicamente preocupação com a conduta da entidade. Outros, como o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, pediram que as reformas sejam lideradas pelo próximo presidente da Fifa, a ser eleito em 26 de fevereiro de 2016.
O novo dirigente vai substituir Joseph Blatter, que anunciou que deixaria o cargo quatro dias após ser eleito para o quinto mandato consecutivo, em junho.
(Estadão Conteúdo)
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