22 de dezembro de 2024
Excesso de juros • atualizado em 13/07/2023 às 10:49

Fieg estuda abrir processo contra diretoria do BC por dilapidação de recursos públicos

Entidade considera a taxa Selic abusiva e alega que os juros estão tirando dinheiro de investimentos em setores vitais para a sociedade, como moradia, saúde e infraestrutura
Fachada da Fieg, em Goiânia. Foto: divulgação/Fieg
Fachada da Fieg, em Goiânia. Foto: divulgação/Fieg

A equipe jurídica da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) estuda a possibilidade de abrir processo judicial contra toda a diretoria do Banco Central (BC), por dilapidação dos recursos públicos. A informação foi divulgada pelo presidente da entidade, Sandro Mabel em seu perfil do Twitter. Ele alega que a política de juros, que insiste em manter uma elevada e abusiva taxa Selic à despeito da deflação de 0,08% observada em junho, está tirando dinheiro que deveria ir para o investimento em setores vitais para a sociedade, como moradia, saúde e infraestrutura.

Na publicação, Mabel diz que passou da hora de o BC mudar sua política e cobrou uma mudança imediata. Em nota publicada nesta quarta-feira (12), a Fieg afirmou que a ação, ainda a ser formatada, buscará imputar à diretoria da instituição a responsabilidade pelo que a federação entende como dilapidação dos recursos orçamentários, o que colocaria sob risco o próprio equilíbrio fiscal da União.

Presidente da Fieg critica as altas taxas de juros

Em entrevista ao Diário de Goiás, Sandro Mabel, criticou as altas taxas de juros. “É uma dilapidação clara o que está acontecendo. Você pode ver que o excesso de juros são quase R$ 200 bilhões a mais que vão pagar. É muito maior do [que o] valor que nós precisamos de infraestrutura, de investimento no Minha Casa, Minha Vida, em todos esses investimentos que melhorariam a vida da nação. Hospitais, escolas e tudo mais, não passa de R$ 200 bilhões e nós vamos gastar R$ 200 bilhões em juros, porque o pessoal não quer ser ágil em abaixar esse juro e depois se precisar, subir novamente”, declarou.

O presidente da Fieg disse não fazer sentido que os juros sejam mantidos no patamar atual, porque o cenário é deflação.

“Eu sei que o Banco Central tem autonomia, tem tudo isso, porém nós precisamos estudar uma medida jurídica para processar quem não vai fazer, se eles resolverem manter o juro mais um ano desse jeito. Tem sentido? Não tem sentido! Nós estamos estudando qual que é o remédio que pode ser aplicado, porque não é possível, tem que se descer esse juro com uma ‘violência’ muito mais rápida. Como eles subiram, que nós aplaudimos, dissemos que estava ótimo, que tinha que subir mesmo, controlou a inflação, só que nós estamos com deflação. Então não tem sentido manter um juro desse de forma nenhuma, e isso reduz a atividade econômica, gera desemprego, juro alto come tudo. As empresas que pegaram dinheiro emprestado lá atrás também estavam perdendo, não estão conseguindo pagar, então isso não tem jeito, isso tem que mudar rapidamente e nós vamos tentar fazer de tudo para que essa ação prospere”, reforçou.

Em junho, a Fieg, juntamente com sindicatos patronais da base industrial e sindicatos de trabalhadores, já haviam assinado um manifesto dando início a uma campanha em defesa da derrubada imediata da taxa Selic, mantida em 13,75% pelo BC já há 12 meses. A entidade alega que os juros, nos níveis atuais, estão matando empregos, matando investimentos e paralisando a economia.

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