20 de novembro de 2024
Destaque

Festa do Pequi marca relevância do fruto para Goiás

O governador Ronaldo Caiado (DEM) marcou presença na festa do pequi (Foto: Divulgação)
O governador Ronaldo Caiado (DEM) marcou presença na festa do pequi (Foto: Divulgação)

O governador Ronaldo Caiado fez a abertura da 1ª Festa do Pequi, realizada pela Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa Goiás), nesta quinta-feira (25/11). O evento tem como objetivo ressaltar a importância do fruto para a economia regional, bem como o protagonismo do entreposto de Goiânia, que é o campeão nacional de vendas.

“O pequi tem tudo a ver conosco. Você vê o goiano, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, todos nós temos esse hábito de comer pequi”, disse o governador, que enalteceu a relevância do produto nativo do Cerrado para o goiano do ponto de vista cultural, histórico e nutricional. “É um título que ninguém tira do nosso Estado de Goiás”, completou na abertura da Festa do Pequi.

Goiás é o 2º maior extrator de pequi do Brasil e a atividade está em crescimento nos últimos anos. Somente na safra de 2019/2020 foram 2,58 mil toneladas, um aumento de 10,4% em relação ao período anterior. Neste ano, de janeiro a outubro, a Ceasa de Goiânia já comercializou 5,100 mil toneladas do fruto, alta de 66,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

“Era necessário identificarmos uma data para reverenciar o pequi aqui no Estado de Goiás. Esse fruto tão amado pelos goianos e tão disputado. É a culinária maravilhosa que Goiás tem”, afirmou o presidente da Ceasa Goiás, Lineu Olímpio. Segundo ele, na comercialização de pequi nos primeiros três meses da safra – setembro, outubro e novembro – deste ano, já houve uma movimentação econômica superior a R$ 5,7 milhões, em relação ao ano passado. A expectativa é de bater recorde com a safra 2021/2022. 

A 1ª Festa do Pequi contou com série de atividades, desde o descerramento de placa que marca a realização do evento até apresentações culturais, com participação da folia de reis de Petrolina e da Orquestra de Violeiros de Goiás. Também foram distribuídas milhares de refeições, todas feitas a partir do fruto. 

Biodigestor

Durante a solenidade na Festa do Pequi, Caiado assinou protocolo de intenção para aquisição e implantação de sistema de tratamento de resíduos orgânicos no local, com a viabilização de um biodigestor para a produção de biogás e biometano (gás natural de origem renovável). A ação envolve a Secretaria-Geral do Governo, Secretaria de Desenvolvimento Social, Ceasa e a Agência Goiana de Gás Canalizado S/A (Goiasgás).

O objetivo é gerar biogás, o biometano (gás natural) e biofertilizante, reduzir gastos e impacto ambiental com manejo de resíduos. “Estamos desenvolvendo aqui um projeto de biodigestores. Teremos um potencial enorme de aproveitamento da casca, na produção de óleo. É uma das maiores oleaginosas que temos. Tudo isso é para mostrar o quanto o pequi deve ser preservado”, afirmou Caiado durante a Festa do Pequi.

“Nenhum governador fez o que o senhor está fazendo aqui hoje, isso vai ficar marcado na história e coloca a Ceasa de Goiás como sendo a primeira no Brasil a ter um biodigestor e a tratar o seu lixo e resíduo”, disse Lineu Olímpio.

O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, apontou os avanços com a instalação do sistema. “Produz energia, gás natural, reduz custo, protege o meio ambiente e usa a tecnologia para fazer todo esse ciclo de sustentabilidade e proteção ambiental, desenvolvimento tecnológico e uma energia limpa. É o que tem de mais moderno”, apontou na Festa do Pequi.

Curiosidades sobre o pequi

Além de ser a fonte de renda para muitas famílias goianas que trabalham com produção rural, o fruto tem sido explorado sob outros aspectos. A Emater lidera pesquisa sobre uma variedade de pequi sem espinho. O trabalho está em processo de registro junto ao Ministério da Agricultura para lançamento à sociedade. A expectativa é de que a espécie gere mais renda para a agricultura familiar e fomente o turismo gastronômico.

O trabalho é voltado, ainda, para obter produtividade em prazos mais curtos. “Estamos desenvolvendo alguns materiais genéticos bem mais precoces, que o produtor poderá colher seu pequi com cinco anos, três anos, ou até antes”, disse o presidente da Emater, Pedro Leonardo, ao citar que, normalmente, o pequizeiro pode demorar até dez anos para ter a primeira safra.

A Emater também possui o maior banco de germoplasma de pequi no mundo, que conta com mil pés do fruto. Essa ação é cultivada há duas décadas, em meio ao temor do desaparecimento da espécie. Na prática, a área localizada na Estação Experimental Nativas do Cerrado, em Goiânia, funciona como guardiã desse patrimônio natural que está na lista de plantas da flora brasileira ameaçadas de extinção.


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