20 de dezembro de 2025
Infraestrutura

Feninfra cobra prioridade em 2026 para regulamentação do uso dos postes

Presidente da Feninfra defende que discussões sejam retomadas no início de 2026 e alerta para cenário caótico, com postes sobrecarregados, riscos à segurança e serviços irregulares
Vivien Mello Suruagy, presidente da Feninfra, defende ação conjunta de Aneel e Anatel para regular o uso dos postes e coibir cabos irregulares no país. Foto: Divulgação.
Vivien Mello Suruagy, presidente da Feninfra, defende ação conjunta de Aneel e Anatel para regular o uso dos postes e coibir cabos irregulares no país. Foto: Divulgação.

A presidente da Federação Nacional das Empresas de Infraestrutura e Telecomunicações, Vivien Mello Suruagy, defende que o início de 2026 seja marcado pela retomada imediata das discussões entre as agências reguladoras sobre a gestão dos postes no Brasil. Segundo ela, o cenário atual permanece caótico, com impactos diretos na segurança da população e na qualidade dos serviços de energia e telecomunicações.

De acordo com Vivien, o impasse entre a Agência Nacional de Energia Elétrica e a Agência Nacional de Telecomunicações se arrasta há anos sem solução efetiva, enquanto o número de cabos irregulares cresce em todo o país.

Postes sobrecarregados e risco à população

A presidente da Feninfra alerta que milhões de postes no Brasil estão sobrecarregados por cabos instalados de forma irregular, criando um ambiente propício para práticas ilegais.

“É um ponto crítico, pois milhões de estruturas estão sobrecarregadas por cabos irregulares. Essa situação favorece ligações clandestinas, serviços ilegais e o roubo de fios, impactando diretamente a qualidade dos serviços prestados à população”, afirma Vivien.

Segundo a dirigente, além do prejuízo operacional às empresas, o cenário representa um risco real à segurança pública, com aumento de acidentes, quedas de estruturas e interrupções frequentes no fornecimento de serviços essenciais.

Críticas à atuação da Aneel

Vivien Mello Suruagy avalia que a situação foi agravada pela inércia da Aneel, que demorou a se posicionar e, quando o fez, apresentou uma regulamentação considerada distante da realidade do setor.

“Até o momento, a obrigação das empresas de energia no que tange à fiscalização e controle dos fios em postes não foi cumprida. Vejam o descalabro que acontece em São Paulo. Diversos serviços interrompidos. Agora, teoricamente, dizem que vão regularizar tudo. Quem acredita?”, questiona.

Para a presidente da Feninfra, a ausência de fiscalização efetiva contribuiu para o agravamento do problema. “Não há justificativa para a omissão diante de um problema que afeta uma infraestrutura essencial, a segurança da população e a conectividade nacional”, reforça.

Proposta de entidade independente

Como alternativa para destravar o impasse, a Feninfra apoia a proposta apresentada pela Anatel de criação de uma entidade independente responsável pela gestão e, principalmente, pela fiscalização do uso dos postes em todo o país.

Na avaliação de Vivien, a atuação de um agente neutro permitiria maior eficiência no controle das estruturas e no cumprimento das regras de compartilhamento. “Dessa forma, o uso dos postes ocorreria de maneira regular e segura, com fiscalização mais rigorosa para coibir práticas clandestinas”, afirma.

Segundo ela, o modelo também ajudaria a organizar o mercado, restringindo a atuação a empresas devidamente regularizadas. “Somente poderiam atuar empresas sérias dos setores de telecomunicações, infraestrutura, provedores de internet e operadoras”, destaca.

Regularização gradual e uso de tecnologia

A proposta defendida pela Feninfra prevê ainda a implementação de um cronograma de regularização dos cabos, com impacto mínimo aos serviços prestados à população. O plano inclui a adoção de tecnologias adequadas para identificação, organização e monitoramento das estruturas.

Para Vivien Mello Suruagy, a retomada do diálogo entre Aneel e Anatel é fundamental para garantir segurança, qualidade dos serviços e estabilidade regulatória. “Sem uma ação coordenada e fiscalização efetiva, o problema continuará se agravando. É preciso tratar a gestão dos postes como prioridade nacional”, conclui.


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