A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota em que defende a apuração do vazamento de informações da Operação Placebo, que investiga irregularidades na aquisição de equipamentos para montagem de hospitais de campanha no Rio de Janeiro, à deputada Carla Zambelli (PSL-SP). Um dos alvos foi o governador Wilson Witzel.
Conforme a nota, enviada ao Diário de Goiás, é preciso averiguar se a parlamentar teve acesso a “informações privilegiadas”. Além disso, a Fenapef afirmou que também deve ser investigado o suposto elo entre Zambelli e delegados ligados à Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF).
“É conhecido e notório o vínculo da parlamentar com a Associação de Delegados, desde quando era líder do movimento Nas Ruas”, diz trecho da nota.
Para os policiais federais, “a lisura das investigações e o sigilo das operações devem ser preservados em qualquer circunstância”.
Vazamento
Carla Zambelli afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que operações da PF investigando desvios no Rio de Janeiro estavam para sair, “mas não saíam”. Ela também anunciou o que chamou de “Covidão”.
“Não sei qual vai ser o nome que eles [PF] vão dar… mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal”, disse Carla Zambelli.
Veja a nota da Fenapef na íntegra
Nota – Sobre a Operação Placebo
A respeito da Operação Placebo e seus desdobramentos, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) informa que:
1. A Fenapef apoia todo e qualquer esforço para apurar e combater a corrupção. Mesmo em tempos de pandemia, os policiais federais seguem fazendo seu trabalho de investigação.
2. A lisura das investigações e o sigilo das operações devem ser preservados em qualquer circunstância.
3. Sobre as suspeitas de que a deputada Carla Zambelli (PSL- SP) foi informada antecipadamente da Operação, é conhecido e notório o vínculo da parlamentar com a Associação de Delegados, desde quando era líder do movimento Nas Ruas. Esse laço se demonstra pela participação de Zambelli em eventos, vídeos e homenagens. A Fenapef defende a apuração, com responsabilidade e profundidade, sobre a possibilidade de que esse vínculo possa ter sido utilizado para a obtenção de alguma informação privilegiada.
4. A Operação Placebo é realizada pela equipe do SINQ (Serviço de Inquéritos) da DICOR (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado) da Polícia Federal. O SINQ atua em inquéritos de tribunais superiores que tenham como alvos pessoas com foro nesses tribunais.
5. As buscas nos Palácios das Laranjeiras e da Guanabara foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça e têm como objetivo encontrar elementos de um possível esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro, conforme informou a Polícia Federal.
Federação Nacional dos Policiais Federais
Brasília, 26 de maio de 2020
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