19 de dezembro de 2025
Eleições 2026

Fátima Gavioli confirma convite político e avalia candidatura nas eleições de 2026

Em entrevista à Rádio Difusora, secretária de Educação afirma que pode disputar vaga na Câmara Federal e coloca a volta aos 180 dias letivos como principal bandeira
Secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, durante entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, ao tratar sobre eleições de 2026 e propostas para a área educacional. Foto: Diário de Goiás.
Secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli, durante entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, ao tratar sobre eleições de 2026 e propostas para a área educacional. Foto: Diário de Goiás.

A secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli, entrou no debate sobre as eleições de 2026 e apresentou bandeiras que pretende defender no cenário nacional, caso confirme candidatura a deputada federal. Em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, nesta sexta-feira (19), a gestora falou abertamente sobre o convite para disputar o pleito, o fortalecimento da participação feminina na política e defendeu, de forma enfática, a redução do calendário escolar de 200 para 180 dias letivos.

Durante a conversa com os jornalistas Jordevá Rosa, Altair Tavares, Vassil Oliveira e Isadora Pícolo, Gavioli afirmou que a decisão sobre a candidatura será tomada a partir de março de 2026, após concluir o ciclo de trabalho à frente da Secretaria de Educação, com foco nos indicadores de aprendizagem.

Convite para 2026 e foco no IDEB

Questionada sobre a possibilidade de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados, a secretária confirmou que recebeu convites de lideranças do governo estadual. “Esse convite não é só do governador Ronaldo Caiado, mas também do vice-governador Daniel Villela. Isso mexe comigo, eu gosto desse desafio”, afirmou.

Apesar disso, Gavioli ressaltou que, até março, sua prioridade é a educação goiana. “Eu preciso trabalhar focada em deixar Goiás, mais uma vez, em primeiro lugar no Brasil, no IDEB. A política vai ser definida no tempo certo”, disse. Segundo ela, somente após esse período colocará oficialmente o nome à disposição da população. “A partir de março, se for da vontade de Deus, eu vou colocar meu nome na rua à disposição dos pais, estudantes, servidores da educação e da população de Goiás.”

Mulheres, política e representatividade

Ao comentar o papel das mulheres na política, Fátima Gavioli destacou o crescimento da representatividade feminina em Goiás e no União Brasil, citando nomes como a deputada federal Silvia Alves e a pré-candidata ao Senado Gracinha Caiado. Para a secretária, esse movimento reflete uma mudança gradual no comportamento do eleitorado.

“Eu espero que isso signifique um amadurecimento do eleitor, de não ter mais aquela dúvida: ‘vou votar nela, mas será que vai dar conta?’”, afirmou. Ela também fez uma reflexão sobre os desafios enfrentados pelas próprias mulheres nesse processo. “Não são os homens que têm dificuldade de votar nas mulheres. Quem mais me critica nas redes sociais são mulheres. Ainda existe uma rivalidade que nem Freud explica”, comentou.

Gavioli ressaltou que a presença feminina em cargos de decisão faz diferença concreta nas políticas públicas. Como exemplo, citou uma lei estadual que garante a remoção imediata de servidoras vítimas de violência doméstica. “Olha a importância de ter uma secretária mulher. Essa lei é muito minha”, disse.

Espaço no governo e construção de caminhos

A secretária avaliou que tanto o governador Ronaldo Caiado quanto o vice-governador Daniel Villela têm ampliado o espaço das mulheres no governo. “Não é só abrir a porta. Você coloca a mulher lá e ela precisa trabalhar para abrir caminho para as que vêm depois”, afirmou.

Segundo Gavioli, caso chegue ao Congresso Nacional, pretende atuar como referência para outras mulheres. “Eu quero ser uma deputada que encha as meninas de orgulho. Que elas digam: ‘eu quero ser igual a ela’”, disse, citando como inspiração o trabalho da senadora Professora Dorinha, do Tocantins.

Redução do calendário escolar como prioridade

Ao ser questionada sobre quais projetos defenderia como deputada federal, Fátima Gavioli foi direta ao apontar sua principal bandeira: a redução do calendário escolar de 200 para 180 dias letivos. “Esse será o primeiro projeto que eu vou apresentar. Vai dar muito trabalho, mas não faz mais sentido manter 200 dias”, afirmou.

A secretária comparou o modelo brasileiro ao de outros países. “Você olha para França, Estados Unidos, Inglaterra, e nenhum passa de 180 dias. Alguns trabalham com 170, 173. E são países com educação de alto nível”, argumentou.

Para Gavioli, o modelo atual gera sobrecarga para professores, estudantes e famílias. “Terminou o Natal e o Ano Novo, quando você pisca, já está na hora de voltar para a escola. É um peso muito grande para todo mundo”, disse. Ela também defendeu o retorno das férias de julho e janeiro para os professores, como ocorria anteriormente.

Condições de trabalho além do salário

Outro ponto defendido pela secretária foi a garantia de melhores condições de trabalho para os docentes, incluindo o direito a alimentação nas escolas. “O professor não tem direito a lanchar. A merenda é só para o aluno”, criticou.

Segundo Gavioli, o debate nacional precisa avançar com responsabilidade orçamentária. “Não adianta aprovar lanche para professor sem mandar o dinheiro. Tem que prever no orçamento”, alertou. Ela também questionou o fato de despesas como merenda e uniforme escolar não entrarem no cálculo dos 25% constitucionais da educação. “Isso desestimula prefeitos e governadores a investirem mais”, afirmou.

Educação bem avaliada e maturidade da rede

Ao encerrar a entrevista, Fátima Gavioli destacou que a educação estadual de Goiás alcançou 84% de aprovação entre os goianos, segundo pesquisa recente. Para ela, o resultado reflete não apenas investimentos, mas também o amadurecimento da própria rede.

“Os professores estão saindo daquele campo de pedir apenas salário para dizer: ‘eu preciso de condições de trabalho’”, avaliou. A secretária agradeceu à imprensa pelo espaço e reforçou que o diálogo com a sociedade tem sido fundamental para consolidar os avanços:

Esse reconhecimento é fruto de um trabalho coletivo e da oportunidade de falar com pais, estudantes e servidores sobre educação.


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