07 de agosto de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:39

Farra dos Coronéis nasceu de denúncia anônima

Um deputado estadual e dois coronéis da Polícia Militar (PM) foram ouvidos na manhã dessa quarta-feira (11/4) no Ministério Público de Goiás no caso conhecido como farra dos coronéis, investigado pela instituição desde 2010 em três procedimentos distintos (criminal, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, pela promotoria com atuação na Auditoria Militar e na área de Patrimônio Público).

As testemunhas foram ouvidas pelo promotor de Justiça da 57ª Promotoria de Goiânia, da área de patrimônio, combate à corrupção e à improbidade administrativa, Fernando Aurvalle Krebs.

O primeiro a falar foi o deputado estadual major Junio Alves de Araújo, o Major Araújo. Também compareceram para oitivas os coronéis Israel Becker e Washington Luiz Alves Cavalcante. A intenção do promotor foi colher subsídios para a investigação e ainda para propor que o procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, mova Ação Direta de Inconstitucionalidade contra uma lei que tem validado a convocação de militares que já estão na reserva, para promoções a patentes superiores, forçando, na contramão, aposentadorias de militares em plenas condições de permanecerem na ativa.

Antes de iniciar os depoimentos, eles prestaram declarações à imprensa. Fernando Krebs esclareceu que pretende aprofundar a apuração em andamento que trata da “venda de promoções na PM e da influência sobre a corporação por parte de Carlinhos Cachoeira”, a quem o promotor chamou de “Al Capone de Goiás”. Conforme ele, já há informações quanto à existência de “coronéis de corredor” na PM, que seriam oficiais sem batalhão para comandar e até sem farda. Ele antecipou que espera questionar a promoção do próprio comandante-geral da PM, coronel Edson Costa, por se tratar de oficial da reserva que voltou à ativa.

Já o parlamentar disse que traria informações no depoimento relativas ao “esquema de promoções indevidas na PM” que, segundo o deputado, “continua funcionando”. Questionado pelos jornalistas sobre provas e sobre valores que teriam sido pagos para promoções ele disse que teve acesso a denúncias anônimas e que uma delas, de um tenente-coronel, sinalizava a necessidade de pagar R$ 100 mil reais para subir à coronel.

 

Já os dois oficiais deram poucas declarações, enfatizando apenas que vieram ao MP como vítimas de tentativas de aposentadoria que teriam a finalidade de favorecer oficiais de patentes inferiores interessados na de coronel, como a deles, que é sujeita a limite de quantidade.

Histórico
Em 2010, uma representação tratando da chamada farra dos coronéis foi protocolada no MP sem elementos de prova e junto com diversos outros assuntos (na mesma representação). O caso começou a ser investigado. Atualmente, o assunto é objeto de três procedimentos distintos: criminal, no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na área de Patrimônio Público e pela promotoria com atuação na Auditoria Militar. Na área criminal, o procedimento é compartilhado com a Polícia Federal para melhor instrução do inquérito que apura os fatos.

Com informações da Assessoria de Imprensa do MPGO.

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