Vitória, no Espírito Santo, é capital brasileira com mais famílias com dívidas em atraso, aponta a 8ª edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, divulgada hoje (8) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Quase metade da população da capital capixaba (49%) têm débitos não-pagos. Considerando todas as capitais, o percentual é de 26%. Os dados são relativos a 2017.
A cidade de Porto Alegre está em segundo lugar, com 46% das famílias com dívidas em atraso, seguida por Macapá (43%), Boa Vista (42%) e Manaus (38%).
A análise da FecomércioSP é feita com base em informações do Banco Central, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
As famílias de João Pessoa são as que menos têm dívidas em atraso, com 5%. Em seguida, estão os brasilienses (11%), as famílias de Porto Velho e Palmas, ambas com 13%, e Teresina, com 14%. O valor médio mensal das dívidas é de R$ 2.766 em Belo Horizonte, que tem o maior valor. Belém, por sua vez, tem o menor valor médio mensal, com R$ 623.
Considerando o volume de famílias endividadas – não necessariamente as que estão com pagamento em atraso -, Curitiba lidera o ranking, tendo 91% acessado algum crédito. Boa Vista é segunda colocada, com 83%, seguida por Florianópolis (80%), Natal (79%) e Brasília (79%). As capitais com menor nível de endividamento são Goiânia (38%), Belém (40%), Salvador (51%), Porto Velho (52%) e Teresina (52%).
“À primeira vista aquilo que pode parecer pejorativo, na realidade, quanto maior o número de famílias endividadas, melhor, porque nenhuma economia do mundo consegue subsistir sem tomada de crédito”, explicou Altamiro Carvalho, economista da FecomércioSP. Ele destaca que os números refletem a retomada gradual da economia. Outro fator positivo considerado por ele é que a parcela da renda familiar comprometida com a dívida está em torno de 30%, na média nacional, que é considerado “sob controle”.
Capitais
As capitais que têm as famílias com maior comprometimento da renda mensal são Teresina e Boa Vista, com uma parcela da renda mensal de 43%. Belo Horizonte é a segunda colocada com 40%, seguida por Brasília (35%) e Fortaleza (34%). João Pessoa tem as famílias com menor parcela da renda mensal comprometida, com 11%, seguida de Belém (13%), Vitória (21%), Cuiabá (24%) e Aracaju (25%).
O estudo mostra também uma melhora no rendimento total das famílias em 2017 na comparação com 2015. A radiografia faz o comparativo com 2015 por considerar que este foi o período transitório de início da recuperação econômica. A massa total de rendimentos atingiu R$ 277,9 bilhões no mês de dezembro, alta de 5,5% em relação aos R$ 263,3 bilhões de dezembro de 2015. Considerando a elevação de 1,6% no número total de famílias nesse mesmo período, a renda média mensal familiar passou de R$ 4.250,37 para R$ 4.416,95, uma alta de 3,9%.
Para os economistas da FecomercioSP, três fatores explicam a recomposição da renda no período: forte queda da inflação (de 10,67% em 2015 para 2,95% em 2017); avanço na taxa de ocupação, embora concentrada no mercado informal; e aumento da massa de rendimento dos aposentados.
Com informações da Agência Brasil
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