21 de novembro de 2024
SEM RECICLAGEM

Falha na coleta seletiva prejudica cooperativas, catadores e meio ambiente, aponta OCB-GO

“É trabalho do poder público motivar a população de fazer a separação e fazer seu papel de levar até as cooperativas", diz presidente da OCB
Serviço foi suspenso - Foto ilustrativa -Luciano Magalhães/Saulo Hermínio – Comurg
Serviço foi suspenso - Foto ilustrativa -Luciano Magalhães/Saulo Hermínio – Comurg

A suspensão do serviço de coleta seletiva em Goiânia, desde o fim de semana, causa um prejuízo direto para 15 cooperativas de reciclagem e, consequentemente, atinge diretamente também 1,5 mil recicladores e cerca de 5 mil dependentes destes. A estimativa é do presidente do Sistema Organização das Cooperativas do Brasil em Goiás (OCB-GO), Luíz Alberto Pereira.

“É um problema triplo. Ambiental porque [material reciclável] vai para os aterros e lixões; econômico porque esse material tem valor; e social porque muitas pessoas vivem disso”, afirmou em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, jornalista Altair Tavares, nesta terça-feira (6).

Segundo ele, o prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) visitou a OCB e explicou que o problema fazia parte de uma transição entre os serviços que eram prestados pela Comurg e a empresa terceirizada, o Consórcio Limpagyn. “Reunimos na semana passada, pedimos agenda e não conseguimos nada. Estamos pedindo uma nova audiência”, afirmou Pereira.

“Para se ter ideia, temos 15 cooperativas registradas na Junta Comercial de Goiás, gerando 1.500 empregos diretos, fora os dependentes, chegando então a uma estimativa de 5 mil pessoas afetadas”, justifica.

O presidente da OCB reforça ainda que se trata de um serviço essencial. “É trabalho do poder público motivar a população de fazer a separação e fazer seu papel de levar até as cooperativas. Temos dado todo apoio a essas cooperativas, na questão de gestão e de recursos para que adquiram maquinário e manejar de forma melhor esse material porque a gente sabe da importância social”, reforçou. São recorrentes os problemas na coleta seletiva.

Conforme ele, atualmente apenas 3,7% do lixo da Capital é separado, volume que cai ainda mais no estado (1,7%). “Então é preciso uma política pública e mais incentivo para a separação do sólido e orgânico. Ele concluiu dizendo que espera uma reunião com os órgãos municipais na segunda-feira (12) para esclarecer o cenário.

Na Prefeitura, a informação é de que houve um “problema pontual”. Em nota ao DG, a Secretaria Municipal de Infraestrutura informou que o órgão soube dos problemas com o serviço prestado, e notificou a Comurg, que apontou e já resolveu o problema. Na nota, a Seinfra garante que a coleta foi regularizada.

Leia a íntegra  da nota abaixo!

NOTA-SEINFRA

  • A responsabilidade em fazer a coleta seletiva em Goiânia e fazer o repasse do material reciclado às cooperativas é da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
  • Ainda não foi assinada a ordem de paralisação do serviço de coleta seletiva, como consta no contrato da Comurg.
  • A companhia só pode interromper este serviço quando for assinada esta autorização.
  • Assim que soube dos problemas com o serviço prestado, a Seinfra notificou a Comurg, que apontou problemas pontuais, já resolvidos. A coleta da Comurg foi regularizada.
  • A previsão é a de que Consórcio Limpa Gyn assuma o serviço de coleta seletiva entre a segunda quinzena de setembro e a primeira quinzena de outubro deste ano.
  • A Seinfra está em constante diálogo e acompanhando o andamento da prestação de serviço. É válido ressaltar que não houve manifestação, uma vez que a coleta foi regularizada pela Comurg.

Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) – Prefeitura de Goiânia


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