Apontando “tentativa de desmonte” do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Goiânia, o Sindicato dos Médicos de Goiás (Simego) informa que vai acionar o Ministério Público Estadual (MP-GO) e o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) denunciando a precarização do atendimento telefônico do SAMU. Em nota enviada à imprensa nesta quarta-feira (26), o Simego destaca ter recebido denúncias de que, desde sábado (22), os telefones do SAMU não estão funcionando.
A presidente do Simego, Franscine Leão, fala que a tentativa de desmonte do SAMU em Goiânia tem o “objetivo de justificar a privatização do serviço”.
A reportagem do Diário de Goiás tentou falar no 192, telefone do SAMU, durante cinco vezes na tarde desta quarta-feira, todas sem êxito. Quando a chamada completa, a mensagem é de que o número chamado não está atendendo e não possui caixa postal.
“O Simego recebe com preocupação a denúncia de que desde o último sábado (22), o atendimento telefônico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Goiânia, não está funcionando. A população da capital e região metropolitana que precisa do atendimento pré-hospitalar tem relatado inúmeras tentativas frustradas de contato com o serviço de emergência, resultando em situações de risco para a saúde e segurança de diversos cidadãos”, cita a nota.
A nota do Simego enfatiza que a falha no sistema de atendimento telefônico tem gerado grande apreensão entre a população, que depende do serviço para o atendimento rápido e eficaz em casos de urgência médica. “Diversos relatos indicam que as chamadas ficam sem resposta ou são interrompidas, dificultando o acesso aos socorristas e impedindo o socorro às vítimas”.
De acordo com o sindicato, a Prefeitura de Goiânia e a SMS já foram informadas sobre o problema e estão cientes da gravidade da situação. No entanto, reforça a denúncia, até o momento não houve uma solução definitiva para restabelecer o atendimento adequado. Questionado pela reportagem, o Simego informou que vai acionar o MP e o TCM.
“Há tempos temos denunciado o sucateamento do SAMU, a negligência e o descaso da Prefeitura de Goiânia que impedem que o serviço funcione adequadamente: redução de profissionais, falta de insumos, falta de manutenção das ambulâncias, o que acarretou perda de repasses do Ministério da Saúde. É essencial que tenhamos um serviço de emergência funcionando corretamente. A falta de atendimento coloca todos nós em risco”, enfatiza a presidente do Simego.
A situação precária do serviço vem sendo denunciada há vários meses. Na Assembleia Legislativa, por exemplo, foi apontada por deputados como Mauro Rubem (PT) no início do ano.
Em maio, o SindSaúde, que representa os trabalhadores da Saúde em Goiás, informou que o Ministério da Saúde (MS) publicou duas portarias suspendendo o repasse de recursoos financeiros referentes à qualificação e habilitação das Unidades Móveis do SAMU de Goiânia e região metropolitana. O motivo foi a apuração de uma auditoria apontando que repasses feitos pelo MS para manutenção de frota, não estariam sendo utilizados para esta finalidade.
Em nota ao jornal enviada após a publicação deste texto que, portanto, foi atualizado, a SMS afirma apenas que o problema foi causado por falha em uma companhia telefônica. Entretanto, não confirma desde quando o problema ocorre e assegura que no final da tarde ele tinha sido sanado. Contudo, a reportagem tentou falar mais três vezes no 192, sem êxito. Dessa vez, a informação gravada foi que o número chamado estava ocupado, orientando para tentar novamente mais tarde, mas em nova tentativa depois, ele não atendia.
Nota – Samu 192
“A coordenação do SAMU esclarece que, por problemas na plataforma da Oi, o número 192 ficou inoperante. As chamadas não eram completadas por conta da desvinculação da linha 192 com as demais linhas fixas do SAMU. Ou seja, a conversão, que é automática, não estava ocorrendo.
No final da tarde, parte do serviço voltou a funcionar. O número 192 passou a receber ligações, por conta de problemas no BABX digital da operadora, ainda não está sendo possível, por exemplo, passar ligações para um médico.
A secretária lamenta os transtornos e tem mantido contato constante com técnicos da Oi para que o problema seja resolvido o mais rápido possível.“
Secretaria Municipal de Saúde (SMS)