A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia faz um alerta para a explosão no número de casos confirmados de sífilis na capital e reforça a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, entre janeiro e agosto deste ano, Goiânia registrou um aumento de 46,6% da doença em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com a SMS, o Sinan revela que apenas este ano já são 2.313 casos de sífilis adquirida, dos quais 469 em gestantes e 122 de sífilis congênita. No ano passado inteiro foram registrados 1.475 casos de sífilis adquirida, 422 em gestantes e 83 de sífilis congênita.
O secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, afirma que os números demonstram a urgência de ampliar a conscientização da população. “A sífilis é uma doença que tem cura, e o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Nosso compromisso é fortalecer as ações de prevenção e estimular que as pessoas busquem os testes rápidos disponíveis em nossas unidades de saúde, pois quanto mais cedo o diagnóstico, mais eficaz é o tratamento e menor é o risco de complicações,” afirma Pellizzer.
Outubro Verde
A partir desta quarta-feira (1º), Goiânia participa do Outubro Verde, campanha nacional de conscientização sobre a sífilis adquirida e a sífilis congênita.
A mobilização busca orientar sobre as formas de transmissão, os sintomas e as consequências da doença, promover o diagnóstico precoce, enfatizar o tratamento e reforçar a prevenção com o uso de preservativos. A iniciativa também alerta para os riscos da transmissão da mãe para o bebê durante a gestação, que pode resultar em aborto, prematuridade, malformações e até morte neonatal.
Estratégias integradas são necessárias
A gerente de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis (GEDAT), Jennifer Caetano, destaca que o crescimento dos casos também evidencia a necessidade de estratégias integradas. “Estamos atuando junto às equipes da atenção básica, vigilância e atenção especializada. É essencial que gestantes realizem o pré-natal de forma adequada, e evitem a transmissão vertical, que é a passagem da doença da mãe para o seu filho, que pode ocorrer durante a gestação, o parto ou a amamentação”, explica a gerente.
A SMS reforça que o enfrentamento à sífilis depende da participação de toda a população, que é convidada a aderir às ações do Outubro Verde, realizar a testagem regularmente e incentivar familiares e amigos a procurarem os serviços de saúde do município. O diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado são as principais ferramentas para interromper a cadeia de transmissão da doença.
Aumento é nacional
O fenômeno do aumento da doença ocorre nacionalmente. Dados do Centro Nacional de Inteligência Epidêmica e Vigilância Genômica do Ministério da Saúde (CNIE/SVSA/MS), apontam que no período de 2007 a 2023 foram notificados 1.513.799 casos de sífilis adquirida. Ainda segundo o CNIE, os números apontam um aumento progressivo de notificações ao longo dos anos.
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