Bebianno ocupou Secretaria-Geral da Presidência. (foto José Cruz, Abr)
Informações do Jornal O Globo, publicadas pelo colunista Lauro Jardim indicam uma ruptura no governo. Um dos principais aliados e um dos coordenadores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, Gustavo Bebianno deixará o cargo de secretário-geral da Presidência da República magoado com o ex-chefe. Mais do que isso: Bebianno não tem a menor confiança no presidente da República.
“O problema não é o pimpolho. O Jair é o problema. Ele usa o Carlos como instrumento. É assustador”, disse Gustavo a um interlocutor se referindo a um dos filhos de Bolsonaro. O desabafo continua quando ele conclui: “Perdi a confiança no Jair. Tenho vergonha de ter acreditado nele. É uma pessoa louca, um perigo para o Brasil”.
Junto com Onyx Lorenzoni, Bebianno foi um dos principais articuladores da campanha de Bolsonaro. Homem-forte dentro do governo, Gustavo foi alvo das principais manchetes nos últimos dias, devido a um escândalo envolvendo o PSL. Informações publicadas pela “Folha de S.Paulo” indicam repasse de R$ 400 mil do PSL para uma candidata a deputada federal do partido em Pernambuco. Segundo o jornal, a transferência foi feita quatro dias antes das eleições e ela recebeu apenas 274 votos. De acordo com a Folha, esses são indícios de que a candidatura era “laranja”. Presidente do PSL, Bebianno era o responsável por autorizar esses repasses. Desde então, foi alvo de críticas de Carlos que exponenciou a crise no twitter.
É a primeira demissão de um ministro da atual gestão. Dado o contexto denota que futuras crises irão aparecer. Será necessário ao presidente tato e tino, além de freio com seus filhos. A interferência da prole até agora, criticada por alguns ministros, mais atrapalha do que ajuda. Bebianno terá sua exoneração anunciada nesta segunda-feira (17/02). Ele tinha apoio de um grupo de ministros para sua continuidade. A narrativa adotada é que Carlos venceu. A fala de Bebianno exposta por Lauro Jardim, indicam que o perigo maior mesmo está no Presidente da República.