19 de novembro de 2024
Dinheiro Público

Exército justifica ao TCU a compra de próteses penianas que custaram R$ 3,5 milhões; confira a resposta

"Situação diz respeito à vida de um indivíduo em suas manifestações psicológicas e sociais", disse o diretor do Hospital Militar de Área de Recife, Hailton Antonio Casara Cavalcante
Objetos foram comprados com preço 33 vezes maior do que o permitido pelo SUS. (Foto: reprodução)
Objetos foram comprados com preço 33 vezes maior do que o permitido pelo SUS. (Foto: reprodução)

O Tribunal de Contas da União informou que dois hospitais das Forças Armadas responderam sobre a aquisição das próteses penianas infláveis, no valor de R$ 3,5 milhões, que ocorreram em 2021. Acredite se quiser, a resposta sobre as 60 unidades, que foram 33 vezes mais caras do que o permitido pelo SUS, foi por que elas trazem um resultado mais parecido com a da “ereção fisiológica”.

“Conforme relatório técnico, a prótese inflável é a prótese que mantém maior semelhança com a ereção fisiológica, pois há um mecanismo para fazer o pênis ficar ereto e voltar ao seu estado normal, além disso possui menor percentual de extrusão”, diz um dos documentos divulgados pela UOL e pelo Antagonista. Segundo as especificações, são próteses de silicone com comprimento que varia de 10 a 25 centímetros, objetos indicados para casos de disfunção erétil.

Além disso, na resposta, os hospitais afirmam que as próteses maleáveis e mais baratas deixariam “o pênis em permanente estado de ereção tendo o paciente que dobrar o pênis para vestir uma roupa”, situação que poderia “gerar constrangimento quando o paciente for usar roupas de banho ou quando se aproximar de familiares e/ou amigos, além de outras situações de possível embaraço em aglomerações, tal qual no uso de transportes públicos”.

O pedido de investigação foi apresentado no mês passado pelos parlamentares goianos, deputado Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos). Porém, o esperado, em qualquer situação, era de que o dinheiro público não fosse gasto para fins como esse, que não interferem diretamente na saúde vital dos servidores.

O diretor do Hospital Militar de Área de Recife (para onde foram os objetos), Hailton Antonio Casara Cavalcante, porém, afirmou que o Fundo de Saúde do Exército (Fusex) não proíbe esse tipo de contratação. Ele considerou que as próteses não tem fins estéticos, o que é vedado. “A situação não é apenas de preço, de performance sexual ou estética, diz respeito à vida de um indivíduo em suas manifestações psicológicas e sociais”, completou o oficial.


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