O Governador Ronaldo Caiado (UB) se referiu às medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “excessos”. Ao ter sua opinião sobre o uso da tornozeleira eletrônica e demais medidas questionada, Caiado afirmou que a Suprema Corte deveria rever as decisões.
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (22), após reunião com empresários goianos para discussão de medidas contra as tarifas de impostas pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. O assunto resvala no tema do julgamento de Bolsonaro, visto que uma das propostas para a suspensão das taxas ao Brasil seria a anistia.
Segundo o governador goiano, o uso da tornozeleira não impediria uma fuga, caso fosse do interesse de Bolsonaro. “Se quiser fugir, não vai fugir com a tornozeleira?! Chega na porta da embaixada e entra. Qual o problema?”, disse Caiado. Ele ainda reiterou que respeita as decisões judiciais, mas apontou que, ao seu ver, “excessos têm sido praticados”.
“Esses excessos é que devem ser muito bem abolidos neste momento. Cabe à Corte rever essas decisões. Não se pode ter um julgamento que não seja dentro dos princípios da legalidade. Julgar é o processo que se tem, é a função que se tem. Vingar, não”.
Governador Ronaldo Caiado
Na última segunda-feira (21), o STF referendou as medidas cautelares impostas a Bolsonaro sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A maioria, com exceção do ministro Luiz Fux, concordou com as seguintes restrições a Bolsonaro: cumprir o recolhimento domiciliar com tornozeleira eletrônica das 19h às 7h e nos fins de semana; não falar com autoridades ou embaixadores estrangeiros; nem se aproximar de embaixadas e consulados.
Segundo o ministro Alexandre, a decisão se baseia nos atos recentes do ex-presidente que podem configurar a cooperação, a obstrução de investigações e a tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.
Para Caiado, a determinação soou abusiva. “O Supremo julga, não vinga”, defendeu o governador. “Tem que ter julgado dentro de todo o rito, independente de ser de direita ou ser de esquerda. Você não pode ter dois pesos e duas medidas”, pontuou, fazendo alusão às medidas impostas a outras autoridades que passaram por processos parecidos e tiveram sentenças diferentes, como no caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Leia mais sobre: Política

