19 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:16

Ex-ministro de Temer critica presidente e defende ‘refundação’ do país

Ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. (Foto: EBC)
Ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero. (Foto: EBC)

Em meio à maior crise enfrentada por Michel Temer desde que assumiu o Palácio do Planalto, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero criticou o presidente e disse que é hora de “refundar” o país “com novos valores e novos objetivos”.

O peemedebista, que deixou o cargo após gravar diálogo com o presidente, afirmou que o Brasil vive “tempos sombrios” e lamentou o que chamou de modus operandi “de nossa triste e ultrapassada elite política”.

Calero deixou o governo após acusar, em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-ministro Geddel Vieira Lima de pressioná-lo a produzir parecer técnico para viabilizar empreendimento no qual o chefe da Secretaria de Governo tinha apartamento na Bahia.

Para provar a pressão, ele gravou conversas com Geddel e com o próprio presidente, que chamou a iniciativa de “agressiva” e “clandestina”.

“Michel Temer, que admitira sua atuação no caso e chegou a sugeriu que eu havia me confundido, classificou minha conduta como gravíssima e me apontou indigno. Exatos seis meses depois, entendemos de maneira ainda mais clara não apenas a razão dessa ferocidade, mas, especialmente, o modus operandi de nossa triste e ultrapassada elite política”, escreveu nas redes sociais.

Para ele, é necessário encarar os “tempos sombrios” como a chance de um recomeço e de refundação do país. “Uma República em que prevaleça a boa política, o embate de ideias, a composição de legítimos interesses sociais, a busca do bem comum e não o compadrio, a apropriação da coisa pública, o tráfico de influência, a corrupção”, disse.

O presidente está reunido neste momento com a equipe de comunicação para definir a linha do pronunciamento que pretende fazer.

A ideia é que ele peça cautela, defenda que o pais não pode parar e critique o fato de se gravar um presidente sem autorização.

Inicialmente, o peemedebista avaliava fazer o discurso público no final da manhã. Com a possibilidade de divulgação de novos diálogos, o presidente preferiu aguardar até o final da tarde. (Folhapress)

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