O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) foi alvo da nona denúncia na Operação Lava Jato. A nova acusação se refere à suposta mesada paga pela empreiteira Carioca Engenharia entre 2007 e 2014 por contratos de grandes obras no Estado.
De acordo com o MPF, o ex-governador recebeu em seu primeiro mandato R$ 200 mil por mês e no segundo, R$ 500 mil da empreiteira. As investigações apontam benefícios na obra da linha 4 do metrô, PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Favelas e Arco Metropolitano.
A denúncia tem como base a delação premiada de executivos da Carioca. Cabral é acusado de corrupção e organização criminosa junto os ex-secretários Wilson Carlos e Hudson Braga e outros seis ex-assessores do Estado já presos em operações anteriores.
De acordo com a denúncia, Cabral recebeu R$ 39 milhões da Carioca Engenharia em troca da execução das obras no Estado. O pagamento se dava com base no cálculo de uma mesada.
“O pagamento mensal variava, mas Cabral sempre perseguia os 5% do valor dos contratos. Tanto que no fim do mandato dele, em abril de 2014, ele e Ricardo Pernambuco [dono da Carioca] sentaram para fazer um acerto de contas do que faltava”, disse o procurador Sérgio Pinel, da força-tarefa da Lava Jato no Rio.
A defesa de Cabral informou que só vai se pronunciar nos autos do processo.
O ex-governador depõe nesta quarta-feira (24) pela primeira vez ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato. Ele vai falar sobre a cobrança de propina junto à empreiteira Andrade Gutierrez. (Folhapress)
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