O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques foi preso na manhã desta quarta-feira (9) durante a Operação Constituição Cidadã. A ação, que tem o objetivo de esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral no segundo turno das eleições de 2022, também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal no Distrito Federal e nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Silvinei Vasques, que foi exonerado do cargo em dezembro, coordenou a corporação durante os bloqueios ocorridos nas estradas durante o dia 30 de outubro, no segundo turno das eleições, durante gestão de Jair Bolsonaro, e tem um históricos de polêmicas nos mais de 27 anos que integra a corporação.
Sua história, porém começa em 2021, quando o apoiador do então presidente Jair Bolsonaro, conseguiu o comando da PRF em abril daquele ano, um mês depois da chegada de Anderson Torres ao Ministério da Justiça, pasta à qual a Polícia Rodoviária Federal é vinculada. Sua nomeação coincidiu com uma atuação mais ostensiva da corporação, inclusive com operações contra o narcotráfico em favelas do Rio de Janeiro.
Meses depois, o ex-diretor-geral da PRF acabou sendo a primeira testemunha a depor na CPI do 8 de Janeiro, em junho, e foi acusado de mentir, ao menos, três vezes durante a sessão. O Código Penal prevê a detenção em flagrante de depoentes que dão falso testemunho em comissões de inquérito e, na época, parlamentares chegaram a pedir a prisão de Silvinei.
A prisão no entanto, como informado no início do texto, aconteceu hoje, é preventiva e aconteceu em Florianópolis, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Vale lembrar que há vídeos que circularam no dia do segundo turno das eleições de 2022, em que vários eleitores nordestinos que tentavam ir votar, e estavam utilizando transporte público, se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação por conta de bloqueios da PRF. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” chegou a ficar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Ainda na época, enquanto Silvinei Vasques, em suas redes sociais, tecia elogios explícitos ao presidente às vésperas das eleições, pedindo votos para Bolsonaro, ele apagou as postagens após a repercussão negativa. Ele também se tornou réu por improbidade administrativa.
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