22 de dezembro de 2024
Polícia Federal

Ex-comandante do Exército confirma conversa sobre minuta golpista do governo Bolsonaro

O depoimento ocorreu na última sexta-feira (1º) e teria durado mais de sete horas
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Marco Antônio Freire Gomes. (Foto: reprodução)
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Marco Antônio Freire Gomes. (Foto: reprodução)

O ex-comandante do Exército durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), general da reserva Marco Antônio Freire Gomes, confirmou, ao responder cerca de 250 perguntas sobre os dias finais de sua chefia no Exército, que foi convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para reunião em que se discutiram, entre outros assuntos, a minuta golpista para reverter a eleição de Lula (PT) em 2022.

De acordo com as informações divulgadas pela Folha de S.Paulo e pela CNN, o depoimento ocorreu na última sexta-feira (1º) e teria durado mais de sete horas. De acordo com a imprensa, Freire Gomes implicou Bolsonaro, o colocando parcialmente como responsável pelos acampamentos golpistas e retirando a culpa das Forças Armadas.

Ainda de acordo com a Folha, o general Freire Gomes foi citado no relatório da PF e teria sido um dos militares que contrários às investidas contra o resultado eleitoral, após saber sobre o planejamento de um golpe de Estado. Outro general, o Walter Braga Netto, que era candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, inclusive, criticou o colega.

“A culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e [sic] do Gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu Braga Netto em mensagem encontrada pela Polícia Federal. Braga Netto, também chegou a se referir a Freire Gomes como um “cagão” por se recusar a aderir a um possível golpe.

Apesar das informações reveladas, a íntegra do depoimento de Freire Gomes está em sigilo pela Polícia Federal para que os desdobramentos da investigação sobre a minuta golpista não seja comprometida. Até agora, cerca de 20 depoimentos já foram feitos no âmbito da operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, inclusive o de Bolsonaro, que ficou em silêncio.


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