13 de dezembro de 2025
AÇÃO VIOLENTA

Ex-candidato do PL, sargento da PMGO é um dos presos por tortura e outros crimes em Luziânia

Operação Mão de Ferro desarticula grupo acusado de extorsão, agressões brutais e movimentação de R$ 7 milhões no Entorno do DF
Preso na operação, militar tentou se eleger em 2024 - Foto reprodução redes sociais
Preso na operação, militar tentou se eleger em 2024 - Foto reprodução redes sociais

O sargento da Polícia Militar de Goiás (PMGO) Hebert Póvoa, preso na Operação Mão de Ferro realizada na sexta-feira (28) contra uma quadrilha violenta, especializada em agiotagem, extorsão e agressões contra devedores -, foi candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2024, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.

Além dele, foram presas mais cinco pessoas, sendo outros dois militares, que não tiveram os nomes confirmados, mais dois civis, um deles a advogada Tatiana Meireles, que seria casada com um dos líderes do esquema. Ela é investigada por também fazer parte das ações criminosas. O grupo é suspeito de movimentar R$ 7 milhões em dois anos.

Candidato “anticorrupção”

Se apresentando como candidato da moralidade, “anticorrupção” e promotor de valores conservadores, Póvoa fez a campanha à Câmara de Luziânia colando na imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele não se elegeu. O sargento teria sido filmado agredindo com muita violência um dos credores dos agiotas com um taco de beisebol durante uma cobrança da dívida.

A operação mobilizou 80 policiais para o cumprimento de 09 mandados de prisão, sendo 06 cumpridos na sexta, além de 10 mandados de busca e apreensão. Foram encontradas armas de fogo e R$ 10 mil. A ação foi conduzida por policiais civis da 5ª Delegacia Regional de Luziânia, após denúncia da própria Polícia Militar de Goiás, que alertou as autoridades sobre o esquema criminoso.

Vídeos mostram vítimas sendo agredidas por sargento da PMGO que foi preso

A investigação da Polícia Civil apontou que o grupo criminoso atuava de forma organizada, praticando violência física para cobrar dívidas. Em vídeos obtidos durante a investigação, vítimas aparecem ajoelhadas no chão, chorando e gemendo de dor enquanto são agredidas com chutes, socos e golpes com taco de baseball.

Hérbert Póvoa, conforme o portal Metrópoles, agia de forma sádica. Em imagens que ele próprio teria gravado, o policial aparece dentro da casa de uma mulher que havia pegado dinheiro emprestado com a quadrilha. Ele segura uma arma enquanto a vítima, acuada, permanece sentada na cama, claramente em pânico e depois implorando para ele não tomar pertences dela, como um celular.

Segundo o jornal O Popular, o papel da advogada era não apenas “blindar” juridicamente as ações ilegais do grupo, mas também fazer cobranças às vítimas dos agiotas.

A reportagem não localizou a defesa dos investigados neste domingo (30). O espaço está aberto para suas versões ou de suas defesas.


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