19 de novembro de 2024
Mundo

EUA acusam Síria de planejar ataque químico e ameaçam Assad

A Casa Branca alertou o presidente da Síria, Bashar al-Assad, de que ele e seu Exército “pagarão um preço alto” caso conduzam um ataque com armas químicas e disse que os Estados Unidos têm motivos para acreditar que tais preparações estão em andamento.

Em comunicado divulgado na noite desta segunda-feira (26), a Casa Branca afirmou que os preparativos pelo governo da Síria são semelhantes àqueles realizados antes do ataque com armas químicas no dia 4 de abril que matou dezenas de civis e fez com que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenasse o lançamento de um míssil em uma base aérea da Síria.

“Os EUA identificaram possíveis preparações para outro ataque de armas químicas pelo regime de Assad, que provavelmente resultaria no assassinato em massa de civis, incluindo crianças inocentes”, disse o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

“Se Assad conduzir outro ataque de assassinato em massa usando armas químicas, ele e seu Exército pagarão um preço alto”, afirmou.
Autoridades da Casa Branca não responderam de imediato a pedidos por comentários sobre potenciais planos dos EUA ou sobre os dados de inteligência que instigaram o comunicado.

Para o Kremlin, o recado dos EUA ao presidente sírio e seu Exército é “inaceitável”.

“Eu não estou ciente de nenhuma informação sobre uma ameaça de que armas químicas podem ser usadas”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“Certamente, nós consideramos tais ameaças para a liderança legítima da República Árabe da Síria inaceitáveis”.

Assad, apoiado pela Rússia, nega as acusações de que suas forças tenham utilizado armas químicas contra a cidade rebelde de Khan Sheikhun, e afirma que as vítimas foram “100% fabricadas”. O presidente sírio garante que seu regime entregou em 2013 todas as armas químicas que tinha em seu poder com base no acordo negociado com a Rússia, para evitar a ameaça de um ataque dos EUA.

O acordo foi posteriormente referendado em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

O ministro da Reconciliação Nacional da Síria, Ali Haidar, afirmou à agência de notícias Associated Press que as acusações ofuscam uma nova campanha diplomática contra a Síria na ONU.

BOMBARDEIO

Nesta terça-feira (27), a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que ao menos 57 pessoas morreram, incluindo 42 prisioneiros, em um bombardeio aéreo da coalizão antijihadista liderada pelos EUA contra uma prisão do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

“O bombardeio teve como alvo uma prisão do EI na cidade de Mayadin na manhã de segunda, provocando a morte de 42 civis detidos e 15 jihadistas”, afirmou à agência de notícias France Presse o diretor da OSDH Rami Abdel Rahman.

Fontes da France Presse na cidade informaram que o EI expôs os corpos das vítimas na rua.

O conflito sírio -iniciado em 2011 com protestos contra o regime de Assad- se transformou em uma guerra civil que já deixou 320 mil mortos.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos na Síria apoia as forças que tentam retomar Raqa das mãos do grupo Estado Islâmico, e também ajudam as forças que combatem os jihadistas na cidade iraquiana de Mossul.


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