O advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defende o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influenciadora Mariana Ferrer, disse que não há provas contra seu cliente de que ele tenha estuprado Mariana. “A investigação resultou em inquérito de 3 mil páginas. Foram ouvidas 22 testemunhas, 5 delas mais de uma vez, além do acusado e da autora. Seis exames periciais, busca e apreensão e perícia dos equipamentos eletrônicos. Em nenhum momento as provas comprovaram estupro”, pontua o advogado em entrevista ao Estado de São Paulo.
Sobre ter usado fotos sensuais da vítima na audiência e ter chamado de “posições ginecológicas”, o advogado disse que não viu nenhum problema nisso. “Os trechos distorcem o contexto. As audiências foram tensas e os embates entre defesa e Mariana foram constantes e longos. Dinâmicas entre a acusação e a defesa, especialmente em casos mais complexos, abrangem aspectos relacionados a hábitos, perfis, relacionamentos e posturas dos envolvidos. Minha indagação se referiu ao fato de ela ter mudado completamente o perfil de suas postagens após o início da denúncia infundada. Toda pessoa tem o direito de postar e tirar fotos como quiser e não deve ser julgada por isso. O ponto-chave é a mudança brusca de comportamento da Mariana para supostamente sustentar o estereótipo criado para a personagem que protagoniza o caso”, diz o advogado.
Cláudio Gastão também diz que atuou nos limites legais da profissão. “As dinâmicas entre acusação e defesa muitas vezes seguem ritos acalorados. Em face ao vazamento seletivo de áudios, imagens e trechos de um processo em sigilo de Justiça, lamento o mal-entendido caso alguém tenha se sentido ofendido. Tenho a convicção de ter atuado nos limites legais e profissionais, considerando-se a exaltação de ânimos que costuma ocorrer”, concluiu ele.
O caso veio à tona e teve enorme repercussão em todo o país após reportagem do site Intercept, de terça-feira (3/110, mostrar um trecho do vídeo da audiência em que aparece a suposta vítima, Mariana, em situação de abalo emocional. No texto, a matéria usa a expressão “estupro culposo” (expressão não usada no julgamento) como uma tese usada pela defesa do acusado para alegar ao juiz do caso, que não viu elementos suficientes para condenar André de Camargo Aranha. A defesa de Mariana pediu à justiça a anulação do julgamento e diz que há “provas acachapantes” contra Aranha.
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