12 de novembro de 2024
Meio Ambiente

Estudo da ONU aponta aumento de até 3,6ºC na temperatura do planeta por conta de emissão de gases

Para manter o aquecimento em apenas 1,5ºC, países precisam reduzir em 42% as atuais emissões de gases do efeito estufa, até 2030
Se os acordos fossem cumpridos até 2030, ainda resultaria em uma elevação de temperatura de 2,6 ºC. Foto: Reprodução
Se os acordos fossem cumpridos até 2030, ainda resultaria em uma elevação de temperatura de 2,6 ºC. Foto: Reprodução

O Relatório sobre Lacuna de Emissões 2024, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), na última quinta-feira (24), estima que o aquecimento global pode aumentar as temperaturas em até 3,6°C, devido a emissão de gases. Conforme o estudo da ONU, ainda é possível manter o aquecimento em 1,5ºC, mas para isso, os países precisam reduzir em 42% as atuais emissões de gases do efeito estufa, até 2030.

O relatório do PNUMA aponta, ainda, que os compromissos assumidos pelos signatários do Acordo Paris, em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para 2030, não estão sendo cumpridos. E também seriam insuficientes para alcançar a meta de manter a temperatura do planeta em 1,5 ºC acima do período pré-industrial. Para bater a meta, será preciso reduzir as emissões em 57%, até 2035.

“A continuação do esforço de mitigação com as atuais políticas levam o aquecimento global a um máximo de 3,1°C ao longo do século, com 66% de probabilidade, e ainda resta 10% de probabilidade de que o aquecimento possa exceder 3,6°C”, destaca o relatório.

Se as NDCs fossem cumpridas até 2030, ainda resultaria em uma elevação de temperatura de 2,6 ºC. Esse cenário ocorreria com o cumprimento metas obrigatórias, chamadas de metas incondicionais, quanto das metas que foram condicionadas à disponibilidade de financiamento internacional.

A implementação apenas das NDCs incondicionais levaria o mundo a temperaturas 2,8 ºC mais elevadas. Já as atuais políticas conduziriam o planeta a 3,1°C de aquecimento.

Além de apontar os cortes necessários nas emissões, o relatório indica ainda possíveis caminhos, como o potencial de redução de 27% nas emissões em 2030 e 38% em 2035, com o incremento de tecnologias solar e eólica na geração de energia. Melhorar a gestão de florestas, com redução do desmatamento e aumento do reflorestamento tem potencial de reduzir as atuais emissões em 19% em 2030 e 20% em 2035, afirmam os pesquisadores.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pontua que é necessário agir agora, começando durante a próxima rodada de negociações que ocorrerá entre os dias 11 e 22 de novembro, na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). “Estamos sem tempo. Fechar a lacuna de emissões significa fechar a lacuna de ambição, a lacuna de implementação e a lacuna financeira”, reforça.

Com informações da Agência Brasil


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