Estudo publicado por um grupo de vários hospitais brasileiros, chamado de Coalizão Covid-19, mostrou que a hidroxicloroquina não teve eficácia no tratamento da Covid-19 em pacientes com quadros leves e moderados atendidos nas unidades hospitalares.
A pesquisa foi publicada na quinta-feira (23), no “The New England Journal of Medicine” e aponta que, após 15 dias de tratamento, o percentual dos pacientes que tomaram ou não a hidroxicloroquina e já estavam em casa, sem qualquer limitação respiratória, era muito semelhante. Nos dois grupos, o índice de mortes foi de 3%.
Os hospitais que integram a Coalização Covid-19 são o Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
A pesquisa
Foram analisados no estudo 667 pacientes com quadros leves ou moderados, atendidos em 55 hospitais do país. Houve um sorteio que os dividiu em três grupos. O primeiro, com 217 pacientes, recebeu hidroxicloroquina e azitromicina; outro com 221 recebeu somente hidroxicloroquina. o terceiro, por fim, teve 227 pacientes e apenas suporte clínico padrão.
Após 15 dias, 69% dos pacientes do grupo hidroxicloroquina + azitromicina estavam em casa, sem limitações respiratórias. Esse número foi de 64% no grupo que tomou apenas hidroxicloroquina. Do grupo que não recebeu nenhum medicamento e teve somente suporte clínico padrão, 68% foi para casa sem limitações respiratórias em 15 dias.
A interpretação dos autores é que “a utilização de HCQ ou Azitromicina não promoveu melhoria na evolução clínica dos pacientes”.
A pesquisa também mostrou que houve efeitos colaterais, como alteração em exames de eletrocardiograma e também em exames que podem representar lesão hepática. As adversidades foram maiores nos grupos que tomaram a hidroxicloroquina.
Leia mais sobre: hidroxicloroquina / Brasil / Destaque 2