Cerca de 10 mil estudantes universitários de todo o país acompanham neste sábado (19), no Ginásio Goiânia Arena, a apresentação de ao menos 19 teses a serem negociadas com as chapas que vão concorrer na eleição para dirigir a União Nacional dos Estudantes (UNE) pelos próximos dois anos. A eleição ocorre no fim do 60º Congresso Nacional da UNE (Conune) neste domingo (20), também no ginásio.
Somente os delegados poderão acompanhar a eleição que, por enquanto, conta com a movimentação em torno de prováveis quatro chapas. As chapas farão a incorporação das teses que considerarem relevantes para os estudantes das instituições de ensino superior brasileiras no próximo biênio.
Bianca Borges, do Movimento Canto de Coragem, de São Paulo, ligada à União da Juventude Socialista (UJS), é o nome apontado nos bastidores como o mais forte para disputar pelo grupo majoritário que está à frente atualmente – envolvendo aliança entre movimentos ligados a partidos como o PcdoB, da presidente Manoela Mirella, PT e PSB.
Teses apresentadas por movimentos estudantis de partidos da direita também estão em pauta com representantes ligados, por exemplo, ao Partido Novo.
Ao fim do Conune serão definidas as “bandeiras prioritárias” do movimento estudantil universitário para o biênio, sendo que entre as que tendem a ser consenso, está a da soberania nacional.
O assunto tomou corpo durante os dias de realização do congresso em Goiânia, refletindo respostas ao ataque dos Estados Unidos à política e à economia brasileiras, justificadas de forma inédita pela Casa Branca, como motivação política. Na sexta-feira, as medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram festejadas pelos delegados do Conune.
Plebiscito
Também é dada como certa a definição de prioridade pela UNE para o andamento do plebiscito, organizado por diversos movimentos populares até 7 de setembro, para que a população opine sobre dois assuntos em pauta no país: o fim da escala 6×1 e a taxação dos super-ricos – quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, em prol da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Outra prioridade tende ser a de articular para que o governo federal se comprometa com uma definição de orçamento único e não sujeito a variação (contingenciamento, por exemplo) para as universidades e institutos federais.
Na sexta-feira (18), bradando “sem anistia”, os estudantes fizeram uma marcha por Goiânia pedindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles também queimaram bandeiras dos Estados Unidos e de Israel.
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