08 de agosto de 2024
Notícias do Estado • atualizado em 13/02/2020 às 01:10

Estudante agredido durante protesto permanece em estado grave

Ainda é grave o estado de saúde do estudante universitário Mateus Ferreira da Silva, 33 anos. O jovem foi agredido por um capitão da Polícia Militar durante manifestação no centro de Goiânia (GO), nesta sexta-feira (28). O estudante sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas.

Segundo o boletim médico que o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) divulgou na manhã de hoje (29), o estudante está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sedado e respirando por aparelhos. A família do rapaz de Osasco (SP) e deve chegar à Goiânia ainda neste sábado (29).

Mateus Silva participava das manifestações populares contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo federal e que tramitam no Congresso Nacional. No início da tarde, um princípio de tumulto resultou em confronto entre agentes da segurança pública e alguns manifestantes que passaram a lançar pedras e rojões contra os policiais.

Um vídeo compartilhado no facebook da rede social deusneuralizador registrou o exato momento em que Silva foi atingido por um policial portando um cassetete. Mateus aparece correndo para fugir do tumulto que se vê ao fundo quando um policial militar o atinge na cabeça, empunhando o cassetete com as duas mãos.

Veja vídeo que registra o momento exato da agressão

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Em nota, a Universidade Federal de Goiás (UFG) repudiou a violência contra o estudante de Ciências Sociais e cobrou das autoridades goianas a adequada apuração dos fatos e punição aos responsáveis.

Chefiada pelo ex-secretário nacional de Segurança Pública Ricardo Balestreri, um especialista na área de direitos humanos, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária de Goiás instaurou um procedimento investigatório para apurar a atuação policial, esclarecer se houve abusos e identificar os eventuais responsáveis. A Corregedoria da PMGO acompanha o caso.

Já a presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Adriana Accorsi (PT) também emitiu nota contrária a violência sofrida por Mateus durante a manifestação. A delegada Adriana Accorsi, participou da manifestação. Na nota ela reafirma o caráter pacífico do ato que contou com trabalhadores de diversas categorias, estudantes, religiosos, famílias, crianças e idosos, pessoas que lutavam pela manutenção de seus direitos trabalhistas e previdenciários.

“A Comissão defende o direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático, e cobra da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária a adequada apuração dos fatos e a punição dos responsáveis.

O Procedimento Operacional Padrão da Polícia Militar é contrário em desferir golpes nas regiões que possam ocasionar lesões graves e até a morte de pessoas, como nas regiões da cabeça e nuca em qualquer situação de conflito, isso demonstra que o policial que agrediu o estudante Mateus se excedeu em sua ação. Por isso o nosso respeito a Polícia Militar passa também pela apuração e punição de ocorrências como essa do dia 28/4”, destaca a nota.

Invasão de domicílio e homicídio de adolescente

O caso ocorre uma semana após outra grave denúncia contra policiais militares goianos vir a público. Na noite do último dia 17, o estudante Roberto Campos da Silva, 16 anos, foi morto dentro de sua própria casa, durante uma ação policial. Três soldados autuados em flagrante foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio (contra o mecânico Roberto Lourenço da Silva, 42 anos, pai do estudante), invasão de domicílio e abuso de autoridade.

Os policiais afirmaram que foram à casa da família do estudante averiguar uma denúncia feita por um homem não identificado que afirmou que o pai de Robertinho estaria armado. Segundo depoimento do mecânico e de parentes das vítimas à Delegacia de Investigação de Homicídios, os policiais desligaram o fornecimento de energia elétrica da casa e não se identificaram. Ao sair acompanhado pelo filho para ver o que estava acontecendo, Roberto teria percebido a presença dos homens em um carro não caracterizado como pertencente à polícia. Temendo serem assaltantes, o mecânico atirou. Segundo ele, com a intenção de assustar os supostos ladrões. Os policiais reagiram e acertaram pai e filho, que ainda conseguiram correr para dentro casa. Segundo as testemunhas, os policiais invadiram a casa e voltaram a disparar contra pai e filho.

Ao determinar a prisão preventiva dos soldados Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva, o juiz apontou que os policiais violaram o domicílio, sem mandado judicial e sem se identificar.

Em nota em que afirma que uma “família teve sua dignidade violada” durante um “evento que representa o completo aviltamento do sentido de justiça, de garantia de segurança e de defesa da vida”, o Núcleo de Estudos Sobre Criminalidade e Violência cobrou punição aos responsáveis pelo governo de Goiás, Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público estadual e Poder Judiciário.

Redação do Diário de Goiás, com informações da Agência Brasil

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