23 de dezembro de 2024
Leandro Mazzini

Estratégia de Moro é vencer empreiteiros pelo cansaço

Advogados dos empreiteiros presos nas celas da Polícia Federal em Curitiba entenderam a estratégia do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a investigação da Operação Lava Jato: vencê-los pelo cansaço. Por isso elaboram plano para tentar anular a investigação. Um a um dos empresários tem cedido, e na lista estão os chefes da UTC, Queiroz Galvão e OAS. O cenário ajuda o ‘terror’ psicológico. Para quem ficava em hotéis 5 estrelas, usava carros importados e viajava de jatinho, uma cela apertada, sem ar refrigerado, com ‘quentinha’ no almoço faz qualquer um entregar o jogo.

Novo capítulo

O juiz Moro vai prorrogar as prisões de todos os magnatas para forçá-los a entrar em delação premiada, e o plano tem dado certo.

Falta uma

E a Odebrecht? Moro segurou prisões e só ordenou busca e apreensão. Está cercando a empresa aos poucos. Há quem aposte que vem aí operação especial só para a baiana.

A isca

Ao poupar a Odebrecht (por ora), Moro segue a estratégia de Sun Tzu, autor de ‘A arte da Guerra’: nunca encurrale totalmente seu inimigo, deixe sempre uma porta para fugir.

..e o anzol

A Odebrecht é a maior doadora de campanhas do PT. Seus advogados visitaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o caso só jogou lenha na fogueira.

Fogo amigo

Cheira a disputa pela indicação para a vaga do STF o vazamento de áudio de ligação do ministro Cardozo para o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, quando foi preso pela PF em Maio passado. Silval foi detido por porte ilegal de arma, mas houve busca e apreensão pela Operação Ararath sobre lavagem de dinheiro.

Linha direta

Na ligação interceptada (o governador ainda estava grampeado em casa), o ministro Cardozo pergunta: ‘O pessoal da PF tratou o senhor direitinho?’. E após ouvir lamúrias do investigado, Cardozo finaliza: ‘Qualquer coisa me liga’. No mesmo dia o ministro do STF Gilmar Mendes ligara para se solidarizar com o governador, revela o grampo.

Sem controle

A gravação vazada, no site da revista Época, é caso inédito para um alto membro do Executivo e deixou em polvorosa o Ministério. Há duas linhas de investigação: ou foi gente do MP ou das hostes da PF, que anda se estranhando com o ministro. 

Boato

O MST vende a ilusão para os acampados na Fazenda Santa Mônica, do senador Eunício Oliveira, de que o ex-presidente Lula vai aparecer para confraternização.

Novidade

Ontem, o juiz Sérgio Moro saiu em defesa do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa, que pediu a demissão de Cardozo por ter recebido advogados da Odebrecht. É novidade. Barbosa e os juízes federais não se dão bem, após críticas do então togado à categoria.  

Peça da vida real

A nova sensação de Brasília é a ‘peça’ (judicial) ‘Esperando Janot’, piada no Congresso lembrando a peça ‘Esperando Godot’, de Samuel Beckett. Mas ao contrário da ficção, onde Godot não aparece, todos esperam a lista do Procurador Geral que vai mandar para a cadeia os parlamentares e ex envolvidos na Lava Jato.

Avalizado

O deputado estadual Edinho Silva (PT-SP) visitou o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e ao prefeito Eduardo Paes. Para sintonizar os discursos. Edinho já desfila como futuro Autoridade Pública Olímpica (APO). Só falta oficializar.

Avalizado 2

Apadrinhado pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Edinho já tem o apoio do PT no Congresso, e busca agora o PMDB. A visita ao Rio ajudou bem. Para ser APO, ele precisa passar por sabatina no Senado. O PMDB já recebeu recados.

Recessão

De um investidor em shoppings no Brasil: Empresas americanas e canadenses estão tirando seus investimentos do Brasil e redirecionando para seus países.

Juridiquês

Ao contrário do publicado na Coluna de terça, a Caixa sairá da ‘jurisdição’ da PF, e não da ‘jurisprudência’, ao abrir seu capital. Pedimos desculpas pelo engano no juridiquês.

Ponto final

E o Ovo Fabergé de Eike Batista vale um pingüim de geladeira..


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