23 de agosto de 2024
Cidades

Estado usará empréstimo para pressionar Enel

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Na tarde desta quinta-feira (08/08) o secretário de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) do Estado de Goiás, Adriano Rocha Lima proferiu uma palestra sobre energia solar na Expo Municípios. Na sequência, tirou um tempinho para conceder uma entrevista ao Diário de Goiás e a pauta não poderia ser outra: se a palestra foi sobre energia solar a pauta da conversa com o DG foi sobre a qualidade dos serviços de energia prestados pela italiana Enel. Para pressionar a empresa, um empréstimo está negociando um empréstimo junto ao Governo Federal. “É um empréstimo de até 2 bilhões de reais e o Estado recuperaria este investimento por pegar parte da tarifa que hoje é destinada a Enel.”, destacou.

Lima ressalta que o empréstimo já teve sinal verde junto ao Ministério de Minas e Energia e o financiamento autorizado com o Ministério da Economia, o que seria necessário para que fosse consumado. “Por um lado, temos a autorização de Minas e Energia, por outro lado, o financiamento de viabilizar isso aí.”, pontuou.

Durante esta semana, Rocha Lima se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque , o secretário especial do Ministério da Economia, José Salim Mattar Junior – que representou Paulo Guedes. O secretário teve a oportunidade de explicar o cenário: não faltou diálogo para a resolução dos problemas junto a Enel. Lima também elucidou que hoje há “três vezes mais reclamações que chegam no segundo nível da Aneel”, do que havia no mesmo período em 2016, “um ano antes da privatização”.

Negociações frustradas

As negociações entre governo e Enel para a tentativa de resolução dos problemas, começaram ainda no começo da atual gestão, conta o secretário. “Desde o início do ano, estamos tentando, num diálogo com essa distribuidora que é a Enel, em conjunto com a Aneel que é a Agência Reguladora, de tentar fazer com que os investimentos sejam direcionados não só para ações que terão efeito em médio e longo prazo. Mas ações com efeito também, em curto prazo. E estamos tendo dificuldade de chegar a um consenso.”

Como não chegaram a um consenso e os investimentos não vieram, o Estado deve com a medida do empréstimo forçar a companhia italiana a se virar para resolver as questões. “O estado quer que o problema seja resolvido rapidamente. Nós nunca nos fechamos ao diálogo com a Enel, pelo contrário. O que nós queremos é a solução do problema”, conta o secretário que ressalta uma reunião que terá ainda hoje (08/08) com representantes da companhia italiana.

Se não há investimentos, a medida paliativa para resolução será o empréstimo e o trabalho será realizado no melhor estilo ‘se você não dá conta, me dá que eu faço’:  “O caminho os dois sabem, tanto o estado quanto a Enel, não há mistério. O que precisa é vontade para fazer e recursos. Então, nós pedimos autorização e recursos para que o Estado, já que a Enel não faz, o Estado faça e resolve o problema depois devolve pra Enel operar”, conclui.

De fato, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulga rankings periódicos classificando o desempenho das empresas fornecedoras de energia. Os serviços da Enel em Goiás tem a pior classificação entre todas as ranqueadas. Lima diz que tem conversado tanto com a Enel como com a Aneel desde o início do ano para tentar um consenso para soluções à curto prazo. Segundo ele, as conversas não estão surtindo efeito.

 


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