No mês de julho é tradicional a Temporada do Araguaia. Goiás não tem mar, mas pessoas que moram em diferentes regiões do estado e até de outras localidades apreciam as praias de água doce em diversos pontos do rio. No entanto, este ano a situação é diferente. Com a pandemia do coronavírus, a recomendação é de não ter aglomerações, com isso o governo estadual orienta os municípios a não realizarem a temporada deste ano.
O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, explicou que tem procurado dialogar com os prefeitos da região do Vale do Araguaia. A intenção é de reforçar o máximo possível de cuidados, pois assim como outros pontos do estado, a estrutura de saúde não suportaria atender um grande número de pessoas.
A preocupação é com turistas oriundos de outras regiões chegarem as praias do Araguaia e acabarem disseminando o vírus na população local.
“A nossa fala é para chegarmos a um consenso. De forma muito conservadora a gente tem conversado sobre isso, teremos uma nova reunião para discutir a ideia. A situação requer o máximo de cuidados possíveis. A nossa preocupação é que pessoas de outros lugares possam ir pra lá e contaminar a população. Queremos ouvir os poderes constituídos para tomar uma decisão formal”, explicou Fabrício Amaral em entrevista ao Diário de Goiás.
A prefeita de São Miguel do Araguaia, Azaíde Donizetti Borges, tem preocupação semelhante à de Fabrício Amaral. Nesta quinta-feira (21), os dois estarão em videoconferência ao lado de representantes do Ministério Público, Judiciário, entre outras autoridades para debater a temporada do Araguaia.
Azaíde relatou que os turistas sempre são bem vindos a Luiz Alves, povoado localizado no município de São Miguel do Araguaia, mas que o momento não é o mais adequado para recebê-los. Na sede do município será decretado toque de recolher às 22 horas.
Ela reconhece a dificuldade enfrentada por donos de hotéis e pousadas da região, que há mais de 60 dias não podem funcionar e estão tendo que demitir funcionários. No entanto, a prefeita relatou que há movimento de turistas, em casas alugadas e que não é possível proibir as pessoas de chegarem a região.
“Amanhã (quinta) nós vamos definir numa nova reunião que faremos, vamos decidir o que fazer em Luiz Alves. O risco é iminente, Luiz Alves está cheio, gostaríamos que os turistas de todo o Brasil que escolhem o nosso Rio Araguaia para curtir as férias, que é importante a presença deles aqui, mas gostaríamos pedir e não exigir a compreensão de todos que aguardassem um pouco mais, pois não estamos no período de férias, o momento não é propício para aglomerações”, relatou a prefeita.
Ela destacou que Luiz Alves é um pequeno povoado de 2,5 mil pessoas e que uma pessoa com coronavírus de forma assintomática poderia “deixar um rastro de destruição”. O presidente da Goiás Turismo pretende ir pessoalmente a Luiz Alves e a Aruanã para tratar do assunto. Fabrício Amaral vê dificuldades em fazer um trabalho de fiscalização, devido à extensão da região.
“Dificulta muito grande esse trabalho. Você tem divisa com Mato Grosso, com o Tocantins, é um ambiente impossível para controlar tudo. A gente não vai conseguir conter tudo, mas consegue desestimular uma temporada. Quero ir pessoalmente conversar com os prefeitos e o posicionamento do governador é de bastante cautela em relação a isso”, disse.
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