O jornal O Estado de S.Paulo afirma, na edição deste sábado, que o governador Marconi Perillo é “o favorito para assumir o comando do PSDB e liderar o partido na campanha presidencial de 2018”. O Estadão entrevistou o governador, abordando sobretudo as articulações internas para a escolha do nome tucano para o Palácio do Planalto em 2018. Marconi afirmou que “as prévias são o instrumento mais legítimo” para a escolha do presidenciável tucano que acredita na convergência interna.
“Prévias são um instrumento democrático de escolha. Elas devem ser mantidas, caso haja mais de um pré-candidato. Por mais que fiquem fissuras, é o instrumento mais legítimo e democrático que um partido pode ter. Mas não creio que haverá entre Geraldo e Doria”, disse Marconi ao Estadão. “Não vejo em nenhum deles disposição para qualquer tipo de dissenso. Estou seguro de que haverá uma convergência entre eles e de que prevalecerá o bom senso, o compromisso maior com o projeto de vitória”, afirmou o governador, acerca da movimentação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito paulistano, João Doria, em prol de suas candidaturas para o Planalto.
“Perillo articula para chegar como postulante único à direção da legenda em dezembro, impulsionado pela relação com os presidenciáveis Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, e João Doria, prefeito da capital paulista”, afirma a reportagem. O Estadão destaca ainda as declarações do governador segundo as quais o partido chegará ao consenso para a escolha do presidenciável tucano.
“O PSDB tem uma sequência histórica de consensos. Sempre tem alguma escaramuça antes, alguns nomes se colocam, mas ao fim e ao cabo prevalece o que tem melhores condições (de vencer a eleição)”, afirma Marconi. “Nosso discurso tem que centrar fortemente no combate ao populismo, à demagogia, ao corporativismo e todos os ismos que atrasaram o Brasil e a América Latina. Mas também acho que o voto se dará baseado no equilíbrio, na experiência e na capacidade que o candidato terá de pacificar o País, convencer de que as reformas são boas para o povo”, afirmou o governador, sobre a linha a ser adotada pelo partido na corrida presidencial.
“Não vejo espaço para que alguém da extrema direita ou extrema esquerda vença eleições no País ou nos Estados”, avaliou ou governador. Segundo Marconi, a agenda do PSDB para 2018 deve ser “uma agenda agressiva de reformas”, com foco na “redução do tamanho do Estado” e na “tomada de medidas duras com relação à Previdência, aprofundar as privatizações e acabar com a estabilidade do emprego no serviço público, exceto as carreiras de Estado, num primeiro momento”.
Leia, abaixo, a íntegra da entrevista ao Estadão:
Estadão – João Doria sugeriu que pode deixar o PSDB para disputar a Presidência. Qual sua avaliação?
Marconi – Não acredito que o prefeito Doria deixe o partido e vou continuar trabalhando nossa unidade.
Qual deve ser o formato para a escolha do candidato do partido?
Prévias são um instrumento democrático de escolha. Elas devem ser mantidas, caso haja mais de um pré-candidato. Por mais que fiquem fissuras, é o instrumento mais legítimo e democrático que um partido pode ter. Mas não creio que haverá entre Geraldo e Doria.
Quem tem melhores condições de vencer, Alckmin ou Doria?
Não vejo em nenhum deles disposição para qualquer tipo de dissenso. Estou seguro de que haverá uma convergência entre eles e de que prevalecerá o bom senso, o compromisso maior com o projeto de vitória. O PSDB tem uma sequência histórica de consensos. Sempre tem alguma escaramuça antes, alguns nomes se colocam, mas ao fim e ao cabo prevalece o que tem melhores condições (de vencer a eleição).
O presidente interino, Tasso Jereissati, disse que ‘Alckmin é o primeiro da fila’. Doria, por ser mais novo, deve esperar na fila?
No momento certo essas coisas estarão resolvidas.
O candidato tucano deve adotar tom conciliador ou se opor frontalmente a Lula?
Defendo um misto das duas coisas. Nosso discurso tem que centrar fortemente no combate ao populismo, à demagogia, ao corporativismo e todos os ismos que atrasaram o Brasil e a América Latina. Mas também acho que o voto se dará baseado no equilíbrio, na experiência e na capacidade que o candidato terá de pacificar o País, convencer de que as reformas são boas para o povo. Não vejo espaço para que alguém da extrema direita ou extrema esquerda vença eleições no País ou nos Estados.
Qual deve ser a agenda do PSDB para 2018?
Uma agenda agressiva de reformas. É preciso diminuir o tamanho do Estado, tomar medidas duras com relação à Previdência, aprofundar as privatizações e acabar com a estabilidade do emprego no serviço público, exceto as carreiras de Estado, num primeiro momento. O que pode ser extirpado da burocracia federal? Precisamos de três senadores por Estado? Dessa quantidade de deputados?
Temer conseguirá tocar essas reformas?
O presidente faz um grande esforço para aprovar uma agenda de reformas, mas como o governo dele é de transição, um governo congressual, ele não tem a força que um presidente eleito pelo voto do povo terá para adotar essa agenda.
Então por que o PSDB não desembarca?
O PSDB não está no governo. Ele tem ministros e apoia as reformas. Os ministros vão continuar até quando quiserem, mas o partido tem compromisso só com os projetos que tenham a ver com os interesses da nação.
O senhor vai assumir a presidência do PSDB?
Eu transito entre todas as lideranças do partido, sempre fui solidário e correto com todos. Se o meu nome agregar, me coloco à disposição.
Se houver mais de um candidato, o senhor disputa?
Não. Meu lema é unidade. Há uma preocupação no PSDB porque o senhor também foi delatado pela Odebrecht e denunciado no caso Delta, então traria de volta a suspeição que levou Aécio a se licenciar do partido…Ninguém é obrigado a me querer como presidente, nem sou obrigado a ser se for para causar constrangimento. Não quero atrapalhar em nada e jamais forçaria a barra. As acusações são absolutamente defensáveis. Em relação à Delta, eu fui à CPI por nove horas e refutei todas as provas. Em relação à Odebrecht, é algo totalmente infundado. Falaram de caixa 2, e posso provar as contradições.
Como o senhor explica a insurgência dos deputados cabeças-pretas?
Um partido que não tivesse essa inquietude dos mais jovens seria como o silêncio dos cemitérios. Seria uma lástima um partido de velhos. A nova executiva terá de reservar espaços para as gerações mais novas.
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