22 de novembro de 2024
Política

Um deles será candidato a governador de Goiás

ENTREVISTA: VANDERLAN CARDOSO, ex-candidato a governador e ex-prefeito de Senador Canedo


O empresário Vanderlan Cardoso tem o cenário de 2014 na ponta da língua. Ele avalia que a disputa terá praticamente os mesmos grupos ou personagens na disputa. Em entrevista exclusiva ao Diário de Goiás, ao editor Altair Tavares, Vanderlan afirma, com convicção que o grupo formado na eleição de 2012 para prefeito de Goiânia, vai ter um candidato a governador, em 2014. Ele também critica a perspectiva do alto endividamento do governo de Goiás

 


 

Altair Tavares/Diário de Goiás – Vanderlan Cardoso, o grupo que nasceu da eleição municipal, com PRP de Jorcelino Braga, com Democratas de Ronaldo Caiado, com PSC, com sua participação, influência, e Simeyzon. Esse grupo, ele está em condições de enfrentar a eleição de 2014?  

Vanderlan Cardoso: Com certeza, não somente essas pessoas, mas as pessoas que estão aí, que estiveram conosco em 2010 e acredita num projeto, conosco aí, pra 2014, ne? Então acredito muito, tenho a plena confiança que o eleitor, o povo do Estado de Goiás quer uma nova opção, quer uma nova forma de governar, ou seja, quer que o Estado de Goiás seja governado principalmente com gestão. É o que a gente acredita. E muitas pessoas estão nos procurando para esse projeto porque acredita nele. Todo o Estado de Goiás eu tenho recebido pessoas, nos últimos dias, querendo realmente que essas mudanças ocorram.

Altair Tavares – E esse perspectiva implica em quê? Ou Vanderlan, ou Jorcelino Braga, ou Ronaldo Caiado, um dos três será candidato a governador?

Vanderlan: Olha, nós estamos conversando nesse sentido. Certo? Acredito muito que esse grupo, juntamente com outros que estão vindo aí. Estamos coversando com o PDT, PRB também, e outros partidos que tem nos procurado para conversar. Não fechamos porta pra ninguém, até mesmo porque estamos dialogando com todos. Então qualquer um desses três, está apto sim, a governar o Estado de Goiás.

Altair Tavares- Mas, o senhor está sem filiação partidária. Qual seria esse caminho?

Vanderlan: Nós estamos conversando com alguns partidos. Vou tomar a decisão no ano que entra, ouvindo os partidos. Estamos conversando com o PDT, com esses partidos que eu mencionei aqui. Alguns já me convidaram para filiar, e no momento certo, conversando com todos, a gente vai tomar a decisão em qual partido filiar. Não quero tomar medidas precipitadas, quero fazer agora, escolher um partido que teremos condições de desenvolver um trabalho, de ser ouvido. Temos condições de fazer. Eu acredito muito que podemos fazer um trabalho muito bom em qualquer partido desse.

Altair Tavares-  Qual é a sua visão, o cenário, entre os disputantes para 2014?

Vanderlan: Hoje eu posso dizer que o cenário que está se firmando é o PMDB ter candidatura,  a candidatura do PMDB deve ser do ex-governador Iris Rezende Machado. Acredito que o PT pode ter uma vice ou no Senado. Ou talvez ocupando os dois, né?. É, tudo o que se fala agora ou que tá caminhando com essa prentensão do governador de Pernambuco disputar a presidência em 2014. Talvez aí, o Júnior está indo, estamos vendo a movimentação, o Júnior do Friboi está indo pro PMDB, né? Então, PSDB  o que temos visto, deve dar uma reeleição para o governador Marconi Perillo. Desse grupo nosso aqui, já está definido, porque vai depender de uma série de fatores. Quem tiver em condições lá na frente, que tiver aglutinado a maior possibilidade, será o candidato. O que está definido é que esse grupo tem candidato, são esses nomes que estão sendo colocados.

Altair Tavares- Na sua visão, essa crise de hoje no Estado de Goiás em relação as investigações do caso Cachoeira vai refletir de que forma na eleição de 2014?

Vanderlan: Toda notícia ruim como essa que foi colocada agora, ela prejudica. Prejudica qualquer intenção de qualquer candidato em disputar qualquer eleição. Prejudica também o estado porque as notícias negativas são muito ruins, né Altair? Em qualquer sentido! E foram muito fortes, agora com o indiciamento tanto do governador quanto de vários auxiliares que estão no governo do Estado ou que estiveram ocupando cargos importantes. Então, eu acho que abala muito a imagem do Governo.
Dessa situação há uma tentativa do governador Marconi Perillo de recuperar a imagem para essa disputa eleitoral com pacote de obras, ou seja, uma força que busca ser a favor de uma virada em termos de imagem. O eleitor vai saber diferenciar na eleição de 2014? Ou seja, o senhor disse agora pouco sobre o que vai ser importante é gestão, mas, alguns sustentam que o eleitor vendo obras pode ter outra ideia. É gestão ou obra? Qual a diferença?
Obras fazem parte da gestão. Se você tem uma boa gestão, você tem obras para todos os lados. O eleitor com certeza, só que o eleitor hoje, Altair, você viu pelas última eleições, ele tá muito esperto, ele sabe o que são obras eleitoreiras e o que são obras de fato. Observamos que faltam para as próximas eleições, o quê? Um ano e oito meses. Será que vai dar pra resgatar todos os compromissos que foram firmados na eleição de 2010? Ou seja, recuperar todas as estradas de Goiás, tem combate as drogas e os arranjos produtivos locais, ou seja, foi falado muita coisa.  O que vemos, principalmente com o funcionalismo público há um descontentamento geral com o que foi acertado e prometido com o que realmente está acontecendo. Então, eu acho o tempo muito curto pra que se realmente, através das obras. Obras são muito importantes, sabemos disso, fui prefeito da cidade de Senador Canedo, sei o quanto isso é impotante, mas nós precisamos ter um tempo para executar essas obras, não é? Foi lançando um pacote agora de obras de recuperação de estradas no início das chuvas. Só aí nós vamos ter quantos meses pra começar voltar, falar nesse trabalho de novo? Irão mais cinco, seis meses pela frente, né? Então eu volto a falar, quando você tem uma gestão em todas a áreas, as obras aparecem, os serviços aparecem e o povo fica satisfeito.

Altair Tavares – Questiona-se algumas informações, a mídia, sobre a unidade desse grupo, Vanderlan, Caiado e Jorcelino Braga com outras possibilidades. Alguma dúvida sobre essa unidade?

Vanderlan: Nenhuma. São pessoas definidas. Quem não conhece aqui no Estado de Goiás o Ronaldo Caiado? Pela suas posições, a sua forma de fazer política, é um político muito sério, você não vê ele envolvido em escândalos. Tanto é que do Estado de Goiás, foi o único apontando como os mais influentes do país. E Jorcelino Braga da mesma forma, né? Da forma que ele, ajudou administrar o Estado com o governador Alcides Rodrigues, e, foi uma peça fundamental para que o Estado voltasse a ter um poder de investimentos. Resolveu muita coisa no Estado, acho que o ex-governador, ele (Jorcelino Braga), ou seja, as pessoas que fizeram parte daquela administração a maioria pela situação que encontra o Estado fizeram muita coisa. Se você for olhar, Altair, eu tenho conversado muito com os prefeitos, e eles falam o seguinte: um dos melhores governadores, dos que passaram pelo Estado de Goiás para os municípios foi o ex-governador, Alcides Rodrigues. Pela quantidade de parcerias e obras que foram feitas, muitos estão com saudade porque ele foi um verdadeiro parceiro dos municípios e a realidade era outra, a dificuldade era muito grande no Estado quando ele recebeu. Então, eu acredito muito nessa unidade dessas pessoas, são pessoas sérias. Estamos coversando também com o ex-governador Alcides Rodrigues, existem muitas outras pessoas, algumas mantemos  em sigilo. Conversando e acertando alguns pontos, mas são pessoas que vem a contribuir pra esse projeto, que  ainda acreditam que é possível sim, através de uma gestão, de compromisso com a seriedade, com a moralidade, com a coisa pública, que a gente venha a transformar nosso Estado de Goiás. A melhorar, né? Eu acredito em obras, em investimentos, mas que sejam feitas, né? Com a maioria dos recursos do próprio Estado ou do próprio município. Crescimento com dinheiro financiando, acontece o que tá acontecendo no nosso Estado. Observa uma coisa só, Altair… Hoje o Estado compromete 18% da receita líquida, 18%. O finaciamento que foi feito, as dívidas que Celg assumiu que foram dois anos de carência que começam ser pagas a partir de janeiro de 2013. Então já vai pra 22% o comprometimento da dívida líquida do Estado. Logo logo, vai entrar também,  Altair, esse financiamento que tá aí, saindo, que vai comprometer em torno de 2%. Então, já vai pra 24% da dívida líquida do Estado, ou seja, o que nós estamos vendo de investimentos é só dinheiro financiado. Investimento, crescimento, só com financiamento, a gente sabe onde vai parar isso. Vai inviabilizar o Estado, vai inviabilizar não, ele está inviabilizado com esses investimentos próprios. Foram feitos nos últimos anos um trabalho em que, o Estado ficou muito endividado por más gestões, certo? E hoje não tem poder desse investimento, né? Isso é a mesma coisa numa empresa, Altair, se você vai crescer numa empresa só com dinheiro dos outros, ou de financiamento, não tem como crescer, talvez você pegue aí de mil casos, talvez um dá certo. Então você tem que equilibrar. Não estou dizendo que não pode ter financiamento, porque hoje tem financiamento às vezes de juro baixo, mas quando você atinge uma dívida tão alta como a do nosso Estado. Certo? É, já pegar dinheiro emprestado fica um pouco mais complicado. Eu defendo que tenha a renegociação da dívida com os estados, hoje o juro está barato. Certo? O juro cobrado hoje dos estados, não só do Estado de Goiás, é muito alto, e isso vem inviabilizando ao longo dos anos também. Nós temos que falar também! A verdade é que há muita concentração de recursos no Governo Federal. Quando os estados  precisam de recursos, os juros são altos! Quando os municípios  precisam de recursos, os juros são altos. Aqui em Senador Canedo, por exemplo, nós fizemos, eu quando prefeito, nós fizemos o financiamento para rede de esgoto. Aqui é municipal, é do Município, não é da Saneago, mas juro de quase 10% ao ano. Então, juro de quase 10% ao ano para investimentos, em obras como; saneamento básico, capitação de água, melhoria no sistema, é muito alto. Ao ano, esses investimentos são altos. Então hoje nós temos o Governo Federal com pacotes, com juros, de 2,5% para empresas em vários setores. 2,5% ao ano?  Por que não estender uma parte desses benefícios? Pode ser aí pelo FCO, uma outra forma de financiamento, aos municípios e aos estados, a juros de 2,5% ao ano. Se tem para as empresas, para geração de emprego e renda e tantas outras coisas, que é louvável, nós mesmos estamos usando essas linhas de créditos, que eu quero parabenizar o Governo Federal, a presidente Dilma e toda sua equipe econômica, porque  realmente com isso você vê que gera emprego. Tem alguns setores  de venda de máquina que está um ano de entrega pra máquina.  Por que? Porque os juros baixaram.  Mas estados e municípios estão sendo penalizados porque o juro tá muito alto. O Estado de Goiás tem contrato, se não me engano, que tem juro de 15% ao ano. Ninguém aguenta pagar isso.

 

 


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