O governador Ronaldo Caiado defendeu nesta quinta-feira (10) a moderação e o diálogo como caminhos para resolver o impasse comercial entre o Brasil e os Estados Unidos, após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras. Segundo Caiado, medidas unilaterais e trocas de provocações públicas só agravam a situação e penalizam diretamente a população.
“Essa queda de braço só faz prejuízo ao povo brasileiro”, afirmou o governador, ao sugerir que o Congresso Nacional assuma o protagonismo como ponte diplomática, criando uma comissão de diálogo com o governo norte-americano. “Falei com o presidente da Câmara, com o presidente do Senado, e defendi a formação de uma interlocução institucional para reverter esse cenário. Não é hora de atitudes provocativas nem de aumento de carga tributária. O que o povo precisa é de tranquilidade”, completou.
Caiado citou exemplos de outros países que, diante de medidas duras impostas pelos Estados Unidos, buscaram canais diretos de conversa com a Casa Branca. “Estava na Índia quando Trump tomou posse, e o primeiro-ministro foi pessoalmente conversar com ele. O presidente da Argentina também fez isso. Cada um teve o cuidado de proteger seu país. Nós precisamos fazer o mesmo, com responsabilidade”, reforçou.
Para o governador, o momento exige diplomacia e bom senso, não retaliações precipitadas. Ele também questionou a falta de iniciativas eficazes por parte do governo federal para proteger a economia nacional de desgastes externos. Caiado defende o retorno à tarifa anterior, de 10%, e a busca urgente por soluções diplomáticas que restabeleçam o equilíbrio comercial e garantam segurança para os setores produtivos do país.
Entenda o caso
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta oficial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (9) anunciando a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os EUA, a partir de 1º de agosto. A medida, segundo Trump, é uma resposta ao que classificou como “tratamento injusto” dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro pela Justiça brasileira, além de alegadas práticas comerciais desleais por parte do Brasil.
Em reação imediata, o presidente Lula repudiou as alegações de Trump e afirmou que o Brasil adotará contramedidas com base na Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril. Em publicação nas redes sociais, o presidente declarou: “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica”.
A gravidade do anúncio levou Lula a convocar uma reunião de emergência no Palácio do Planalto com os principais ministros do governo, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Rui Costa (Casa Civil), Sidônio Palmeira (Secom) e o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. O encontro durou cerca de três horas e foi encerrado por volta das 20h.
A expectativa agora é que o Brasil formalize sua resposta nas próximas semanas, possivelmente adotando tarifas equivalentes e medidas de retaliação em outros setores.
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