A escoliose é caracterizada pelo desvio lateral da coluna, resultando em uma curvatura anormal que pode afetar a região lombar, torácica ou cervical. De acordo com Caio Marengoni, Diretor Clínico e Fisioterapeuta, identificar os primeiros sinais é um desafio para os pais, uma vez que a escoliose é uma deformidade que se manifesta de forma gradual e lenta, desenvolvendo-se ao longo de vários meses.
O especialista afirma que hábitos como falta de atividade física e o excesso de tempo na frente das telas podem ser agravantes, mas não determinantes. “De fato, comportamentos podem desempenhar um papel na progressão da escoliose e devem ser evitados por pacientes com essa condição. No entanto, estima-se que 80% dos casos de escoliose não apresentem causa conhecida. Referem-se à chamada escoliose idiopática”, salienta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 6 milhões de brasileiros possuem curvatura acentuada na coluna vertebral, afetando também 50 milhões de crianças em todo o mundo, já entre adolescentes afeta entre 2% e 4% dos adolescentes com idade entre 10 e 20 anos. Apesar de ser uma anomalia muito frequente, ainda se trata de um problema que precisa ser mais bem difundido e compreendido.
Não só a escoliose, mas outros desvios de coluna, têm seu diagnóstico com base no exame clínico do ortopedista. Porém, existem alguns indicadores para a busca por um tratamento. Confira:
Assimetria dos ombros: Caio explica que quando uma pessoa exibe um ombro mais elevado que o outro, escápulas inclinadas ou um lado do quadril inclinado para cima, pode haver suspeita de escoliose na coluna, mas é necessário um exame físico detalhado, que inclui a avaliação da coluna vertebral, costelas, quadris e ombros, até mesmo para identificar extensão e a gravidade da condição.
Inclinação pélvica: O especialista do Instituto RV também explica que a inclinação pélvica é um parâmetro fundamental na hora de analisar uma irregularidade. A pélvis é a estrutura óssea localizada na parte inferior da coluna vertebral e desempenha um papel importante na sustentação do tronco.
Assimetria nas escápulas: Também conhecidas como omoplatas, as escápulas são os ossos planos e triangulares localizados nas costas, acima das costelas. A assimetria nas escápulas ocorre quando há diferenças perceptíveis na altura entre as duas omoplatas.
Desigualdade no espaço entre os braços e o tronco: A escoliose pode causar assimetrias na musculatura ou mesmo desalinhamentos estruturais que afetam a posição dos membros superiores em relação ao tronco. Por exemplo, cintura e caixa torácica desviadas para um dos lados do corpo.
Curvatura anormal da coluna: Ao ficar sem camisa, a escoliose se torna mais visível. Se há uma curvatura anormal da coluna vertebral em forma de “S” ou “C” é possível uma possível presença de escoliose.
Desconforto ou dor nas costas: Alguns sintomas causados pela escoliose são muito semelhantes aos das dores na coluna vertebral, lombalgias, como dor e queimação. “É importante observar que poucos casos de escoliose ou desalinhamentos posturais causam sintomas evidentes. Entretanto, a presença de desconforto pode indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada”, finaliza Marengoni.
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