“Quem faz política faz fora da escola”, disse neste sábado (27) o candidato tucano ao governo de São Paulo, João Doria, em meio à enxurrada de operações policiais e da Justiça Eleitoral em universidades -na berlinda por suposta propaganda eleitoral irregular, como um cartaz contra o fascismo na fachada da UFF (Universidade Federal Fluminense).
O ex-prefeito paulistano se alinha ao ideário pregado pelo projeto Escola Sem Partido, que quer expurgar o que entende como infestação ideológica no ensino.
“Não há necessidade. Estamos fazendo um convencimento, não é na base da ação ostensiva.”
Investindo pesado na oratória antiesquerda, o candidato do PSDB se posicionou fortemente contra a presença de ideologia nas salas de aula -argumento que, na prática, tem levado à retirada de cartazes, veto a eventos e proibição da veiculação de artigos, grande parte deles com dizeres contra o fascismo e a favor da democracia, e alguns com críticas ao candidato Jair Bolsonaro (PSL).
“Não é na universidade nem na escola que se pode ter conteúdo ideológico. Conteúdo ideológico, cada um faz a sua opção, faz em casa, na sua vida privada”, disse Doria em ato com motoboys no Capão Redondo, zona sul paulistana.
“Universidade é para aprender, estudar, qualificar, colocar as pessoas em condições de serem profissionais, serem professores, serem cientistas, não políticos.”
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