A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) criou um observatório para monitorar casos de assédio em salas de aula durante o período de pandemia de covid-19.
Vários casos já foram relatados pelo Brasil, inclusive em Goiás. No mais emblemático deles, um dos pais interpelou uma professora durante uma exposição em aula remota.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro), Railton Nascimento, Goiás teve de três a quatro casos semelhantes nas últimas semanas. ” Fica evidente o desrespeito à liberdade de ensinar e aprender, garantido pela Constituição”, disse.
O observatório colhe as denúncias e cobra das autoridades competentes medidas para que os casos se multipliquem.
O período de pandemia aumentou o desrespeito ao trabalho do professor, segundo Nascimento, mas o quadro já vinha se apresentando há algum tempo. “Vivemos a época de maior ataque aos professores. Temos acompanhado casos de assédio moral, patrulhamento ideológico, que vem se acirrando por conta dessa onda de negação da ciência e de postura anti-intelectualista”, pontua.
O presidente do Sinpro relata que os professores vêm sendo interpelados quando tocam em temas históricos como escravidão, ditadura militar e questões ambientais. Nascimento conta que uma escola de Goiânia chegou a proibir professores de abordarem a Escola de Frankfurt.
Diante do cenário, o presidente pede respeito à docência. “É hora de chamar atenção da sociedade para essa carreira tão importante. Sem ela, nenhuma das demais profissões são formadas”.
Leia mais sobre: aulas remotas / Educação