As mudanças aguardadas no Ensino Médio com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que está em fase de discussão, ainda são pouco previsíveis no contexto de Goiás. Isso porque a BNCC é apenas um norte para os currículos escolares, que são formulados pela secretaria de educação do estado e pela instituição de ensino conforme seus próprios critérios.
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“A Base Nacional Comum é o que eu quero, o que eu espero do meu aluno. Agora, o como, o percurso que ele vai ter que fazer para chegar lá, o que eu como professora vou fazer para ele chegar lá, é o currículo”, explicou a gerente de apoio ao Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte (SEDUCE- GO), Regina Rodrigues.
A gerente explicou que a proposta da nova BNCC é flexibilizar o ensino e dar mais liberdade de escolha aos estudantes. Para isso, das 3000 horas previstas na carga horária, apenas 1800 horas serão preenchidas com matérias obrigatórias. As outras 1200 horas serão preenchidas por itinerários formativos, ou seja, disciplinas optativas de preferência do aluno e de acordo com a disponibilidade da escola.
Entre as disciplinas das cinco áreas de conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Formação Técnica e Profissional), apenas Português e Matemática serão obrigatórias nos três anos do Ensino Médio.
Questionada sobre a falta de condições de algumas escolas que vão limitar a escolha dos aluno, Regina respondeu que a SEDUCE vai procurar distribuir os diferentes itinerários em diferentes escolas de uma região.
“De repente em uma escola eu vou oferecer um itinerário e em outra escola vou oferecer outros, porque aí o aluno não fica prejudicado”, explicou a gerente. “Nosso desafio está sem pensar como é que a gente vai fazer para ofertar todos os itinerários em uma região que tem uma escola, se essa escola não tem capacidade de ofertar todos esses itinerários”, comentou.
BNCC X Currículos
Regina lembrou que se o documento for sancionado pelo Ministério de Educação (MEC), as escolas tem até dois anos para se adequar a ele. Já a SEDUCE tem a responsabilidade de escrever um currículo modelo para Goiás no ano posterior à aprovação da BNCC.
Processo similar acontece em relação à BNCC para a Educação Infantil e Ensino Fundamental, que foi homologado no fim de 2017. Atualmente, a SEDUCE está trabalhando para a formulação de um currículo para as escolas de educação infantil e ensino fundamental, conforme afirmou a gerente.
“A função é construir um documento que seja uma proposta de currículo para o estado. O currículo vai ter que ser adequado ao contexto daquela região, daquela população. Então uma escola lá de Posse vai ser diferente de uma escola de Jataí”, afirmou Regina.
Estágio da BNCC
Nesse semestre, a BNCC passa por audiências públicas em todo o Brasil, previstas até o final de agosto. Para participar, o cidadão pode se inscrever no site do MEC.
Depois dessas reuniões, o documento com possíveis alterações será encaminhado para votação no Conselho Nacional de Educação (CNE). Depois, o MEC pode homologá-lo.
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