05 de dezembro de 2025
CASO DE TRATAMENTO • atualizado em 27/05/2025 às 18:03

Enfermeira diz que colega trocou plantão para cuidar de bebê reborn “com bronquiolite”, veja depoimento

Em vídeo, enfermeira conta que colega alegou que a “Helena” estava doente, mas era um bebê reborn; médico recomenda tratamento, mas para a mulher
Polêmicas em torno dos bonecos hiper-realistas continuam Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
Polêmicas em torno dos bonecos hiper-realistas continuam Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Uma enfermeira de UTI pediátrica relatou que uma colega de trabalho pediu para fazer uma troca de plantão com ela para assim poder cuidar da filha “Helena”, “que estava com bronquiolite”. A profissional fez prontamente a troca, mas somente depois soube que a filha da colega, na verdade, era um bebê reborn, uma boneca hiper-realista.

O relato da enfermeira foi registrado em um vídeo pelo cirurgião e deputado federal Zacharias Calil (UB) e publicado nas redes sociais como alerta sobre a relação com um bebê reborn como se fosse uma criança de verdade. “Essa pessoa precisa de tratamento, né?”, comenta ele, enquanto a profissional destaca que as pessoas estão fazendo uma substituição do que é real pelo artificial.

Enfermeira não pode engravidar e adotou bebê reborn

No caso da colega, a enfermeira salienta que ela tinha muita vontade de ter uma filha, mas não conseguia engravidar, o que pode ser um sinal de que optou por um bebê reborn ao invés de uma adoção e estava relacionando até mesmo as doenças respiratórias do momento com a boneca.  

Zacharias pede um olhar sobre a saúde mental. “Vamos prestar atenção na situação dessas pessoas que realmente precisam de tratamento”.

Na Câmara dos Deputados ele é autor de um projeto (PL 2.320/2025) que proíbe o uso das bonecas reborn para obter atendimento prioritário em qualquer estabelecimento ou pronto atendimento. A proposta veio diante das polêmicas recentes sobre a “adoção” de bonecas hiper-realistas como se fossem humanas.

Recentemente a assessora jurídica Mariana Dias, que se apresenta também como especialista em Direito Civil e Tributário, recomendou nas redes sociais que as pessoas que pedirem licença pelo “nascimento” de seus bebês reborn, precisam de licença, sim, mas psiquiátrica.

Campanha “Não adote uma boneca, adote uma criança”

A questão é polêmica também porque atinge o difícil trabalho de estímulo à adoção de crianças, organizado por instituições e voluntários. No domingo (25), Dia Nacional da Adoção, o escritório Décio Freire Advogados, em parceria com o Instituto Dom Luciano Mendes de Almeida (IDL-Pró Vida), lançou a campanha “Não adote uma boneca — Adote uma criança”,  fazendo uma crítica aos bebês reborn.

“A tendência das bonecas hiper-realistas, que imitam recém-nascidos — e que tem sido levada a sério pelos compradores —, inclui maternidades em que são feitos partos, roupas, testes do pezinho e tudo o que uma criança de verdade precisa”, alerta a campanha, conforme registrou o portal especializado Consultor Jurídico ao divulgar a iniciativa.

“Quatro mil crianças aguardam por adoção no Brasil enquanto uma onda de loucura invade noticiários, mencionando adultos tratando bonecas hiper-realistas como se crianças fossem, com direito a enxoval, parto, batismo, busca de serviços médicos e disputa por guarda na Justiça. Que vença a dignidade humana!”, diz o IDL-Pró Vida em nota no Instagram.


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