A enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, moradora de Itaquera, zona leste de São Pulo, foi a primeira pessoa a tomar a vacina Coronavac no Brasil. A vacina foi aprovada para uso emergencial na tarde deste domingo pela Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O ato da vacina ocorreu logo que a Anvisa liberou o uso. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), participou desta ação que aconteceu no Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo. Doria e Mônica se cumprimentaram e após ela tomar a vacina, ambos se emocionaram e choraram.
A Anvisa liberarou, com restrições, o uso emergencial da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac e da AstraZeneca, a vacina da Fiocruz com a Universidade de Oxford.
Mônica aproveitou o momento e incentivou as pessoas a tomarem a vacina, sem medo. “É nossa grande chance”.
“Quantas pessoas têm receio de chegar próximas as outras? Eu tomo ônibus, metrô, as pessoas têm receio de chegar perto de você. Então, povo brasileiro, é nossa grande chance. Estou falando agora como brasileira, mulher negra, que acredite na vacina. Vamos pensar nas vidas que perdemos”, desabafou a enfermeira.
A profissional de saúde é do grupo de risco, ainda assim ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado) e escolheu trabalhar no Emílio Ribas, mesmo ciente de que a unidade estaria no epicentro do combate à pandemia. Segundo ela, a vocação falou mais alto. A partir desse momento, Mônica fora colocada para trabalhar na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do local, que está com 90% de taxa de ocupação no combate à covid-19.
Segundo o portal UOL, a enfermeira só se formou em enfermagem aos 47 anos e nas horas de folga ela gosta de assistir séries, torcer pelo Corinthians -seu time do coração- e escutar músicas de Seu Jorge, seu cantor favorito. Mônica é viúva e mora com o filho Felipe, de 30 anos.
E quem aplicou a vacina em Mônica também foi uma mulher, a enfermeira Jéssica Pires de Camargo, de 30 anos, que atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e é mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo, segundo o governo de São Paulo.
“Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças”, afirmou a assessoria de imprensa do governo de São Paulo
Jéssica disse estar orgulhosa pelo ato histórico deste domingo.
“Que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso. São mais de 52 mil profissionais de saúde mobilizados nesta campanha e cada um deve receber o devido reconhecimento”, concluiu a enfermeira.
Leia mais sobre: CoronaVac / Destaque 2 / Política