23 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 00:55

Empresários são contra proposta da PM de limitar horário de bares e distribuidoras

Presidente Fernando Jorge e comandante Ricardo Rocha.
Presidente Fernando Jorge e comandante Ricardo Rocha.

“É lamentável”, disse o presidente da Associação Brasileira de Bares, Hotéis e similares, Fernando Jorge, quando questionado sobre a proposta da Polícia Militar sobre horário de fechamento de bares e distribuidoras em Goiânia.

Nesta terça-feira (7), o comandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Ricardo Rocha, se reuniu com vereadores e apresentou um documento que solicita determinação do horário de fechamento de bares e restaurantes para evitar crimes, como homicídios.

“Não digo em todas as regiões da capital, mas temos regiões específicas e o crime está acontecendo. Precisamos adotar essas medidas. Precisamos limitar horário para isso. O tráfico de drogas também está nos bares e distribuidoras de bebidas. A ideia é para diminuir a incidência de crimes contra a vida em nossa capital. Acho que é importante discutirmos isso. […]O indivíduo vai para lá e fica a noite inteira, a madrugada inteira. São locais de risco”, ressaltou o comandante em entrevista em fevereiro.

Nesta quarta-feira (8) Fernando Jorge comentou que crimes cometidos próximos a bares e restaurantes em Goiânia são casos isolados. “Talvez sejam bares maquiados que, na verdade, são pontos de droga, distribuidoras de bebidas que ficam mais como ponto de drogas também. Isso serve para a PM-GO fazer um levantamento e detectar quais são esses problemas nesses locais, isoladamente, ir lá e fechar, e não prejudicar todo um setor, uma cadeia que é uma das maiores geradoras de emprego do país, no momento em que o país está financeiramente muito ruim”, afirmou.

O comandante Ricardo Rocha apresentou um dado importante: cerca de 20% dos homicídios são cometidos próximos a bares e restaurantes. No entanto, Fernando Jorge acredita que devem ter outras soluções para a segurança pública.

“É lamentável. A segurança pública tem que ter preocupações com outras coisas, tentar fazer que mostre policiamento, aumentar o efetivo da Polícia Militar, que vem sofrendo porque o efetivo não cresceu a algum tempo. Isso prejudica muito. Onde tem bares e restaurantes é lugares que tem movimento. Onde tem movimento, tem menos ladrão. Já foi comprovado isso. As pessoas ao redor ficam mais seguras. Acredito que temos que ver outras alternativas e não essa isoladamente”, disse.

Para o presidente da Associação, a população não apoiará essa medida, uma vez que os bares e restaurantes são os tradicionais locais de lazer dos goianienses.

Ainda não fomos chamados para nada. É uma situação que o comandante soltou na mídia. Vamos debater, convocar nossos empresários, funcionários e toda a população de Goiânia. O momento de lazer dessa população é o momento em que está nos bares e restaurantes. Todos brincam em Goiânia ‘Não temos mar, mas temos bar’. Então, temos que lutar para que isso continue”, concluiu.

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