22 de dezembro de 2024
Destaque 2

Empresários reúnem com prefeitos de Goiânia e Aparecida para negociar retorno das atividades

Foto: Jackson Rodrigues
Foto: Jackson Rodrigues

O presidente da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Sandro Mabel, se reuniram com o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, nesta terça-feira (2) para solicitar, por meio de ofício, o retorno das atividades econômicas listadas como não essenciais nos decretos apresentados no último sábado (27).

Na ocasião, foi debatido o retorno do comércio na próxima segunda-feira (8), com responsabilidade em relação ao cumprimento dos protocolos estabelecidos pela Vigilância Sanitária, como forma de combater a disseminação da Covid-19. No entanto, em entrevista ao Diário de Goiás, Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio, afirmou acreditar que algumas atividades fechadas, no momento, devem ser retomadas de imediato.

“Por exemplo, ótica. Se uma enfermeira ou um médico quebra um óculos, ele não pode esperar segunda-feira pra fazer um novo óculos para continuar trabalhando. Então entendemos que ótica é essencial. Material de construção também se torna essencial porque a construção civil, no que diz respeito às atividades de saúde, continua funcionando. Atividades de contabilistas, contadores, também, porque estamos no início do mês, temos que fazer a folha até o 5º dia útil, sexta-feira. Temos os fechamentos das empresas para gerar os recolhimentos de impostos que começam essa semana e o próprio condomínio, né, a contabilidade de mais de 5 mil condomínios só em Goiânia e Aparecida, que precisa ser rateado para o condomínio pagar suas contas. Então, tem algumas medidas que se tornam imediatas e têm as medidas que são para a partir do dia 8”, relatou.

O ofício entregue aos prefeitos pelos empresários pede que haja flexibilização, para que os segmentos de comércio de bens, serviços e turismo e industrial continuarem funcionando, com os devidos protocolos, levando em consideração que o fechamento dos setores não resolvem a situação da falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos municípios.

De acordo com o documento, segundo dados colhidos no site da Prefeitura, em setembro, 475 leitos eram disponibilizados para tratamento da Covid-19 e agora, no primeiro dia do mês de março, há apenas 407 unidades. “Paralelamente à adoção das medidas restritivas de circulação, o poder público precisa aumentar imediatamente a oferta de leitos para tratamento da Covid-19. Segundo o Painel Covid-19 da Secretaria de Estado da Saúde, o total de unidades de enfermaria e UTI disponíveis atualmente em toda a rede é 30% menor do que o disponível em setembro 2020”, pontua o ofício.

Deste modo, Marcelo Baiocchi afirma que, embora haja a necessidade de menor demanda nos leitos da região metropolitana de Goiânia, é preciso principalmente que as pessoas tenham responsabilidade. “Nós sabemos que leitos é um caminho, mas a responsabilidade de todo cidadão é outra. Nós precisamos que as pessoas entendam que o tripé básico disso tem que funcionar, que é distanciamento, máscara e álcool. Se as pessoas não utilizarem esse tripé, pode colocar um milhão de leitos que vai continuar faltando”, disse.

O empresário afirmou ao Diário de Goiás que os prefeitos de Goiânia e Aparecida de Goiânia viram com bons olhos a proposta apresentada e acredita que todas as atividades devem ser, de fato, retomadas na próxima semana. “Acharam que foi muito propositiva e equilibrada, entenderam que a gente pode, a partir do dia 8, voltar às atividades comerciais com as regras que nós sugerimos, com as restrições que a gente entende que ainda é necessária ter, e com certeza o novo decreto para as atividades a partir do dia 8 deve vir com alguma flexibilização”, declarou.

O ofício julga como necessário, também, o funcionamento das empresas de informática e TI, por se tratarem de uma atividade responsável pelo “suporte, manutenção e fornecimento de insumos necessários à continuidade dos serviços públicos e das demais atividades excepcionadas de restrição de funcionamento, bem como para que as aulas não presenciais aconteçam”. O segmento de feiras livres de hortifrutigranjeiros e gêneros alimentícios, também foram destacados como essenciais, para o abastecimento dos lares, “desde que observadas as boas práticas de operação padronizadas pelos órgãos competentes e vedada a comercialização e o consumo no local de produtos”.

Toque de recolher

Com relação ao fechamento das atividades das 22h às 5h, Marcelo Baiocchi alega ser preciso “realmente parar um momento a cidade” e entende que o melhor horário é a madrugada. “Os bares esses horários já estavam funcionando até Às 22h. Então a sugestão nossa é que das 22h às 5h da manhã não funcione nada. Só farmácia e a área da saúde. Postos de gasolina, supermercados, lojas de conveniência. Nada! Tudo fecha das 22h às 5h”.

O presidente afirma que isso não seria uma proibição de circulação. Mas sim que só haja tráfego de pessoas em situações essenciais, neste horário, como se dirigir a um hospital, farmácia, ou mesmo ir embora do trabalho. “A sugestão é ninguém ser abordado porque tá circulando, mas fica muito mais fácil para o poder que vai fiscalizar, sabendo que ninguém pode se dirigir a nenhum local que seja sua residência ou atividade de saúde”. 

Sugestões apresentadas

As sugestões de medidas e protocolos apresentadas pelos empresários, em ofício, para serem seguidas pelos segmentos na capital, de forma detalhada, são:

a) Urgente aumento de leitos para tratamento de Covid 19;

b) Aumentar a frota do transporte público para não causar aglomeração dentro dos ônibus, como foi detectado na manhã do dia 1º de março;

c) Toque de recolher das 22h às 5h, podendo funcionar apenas farmácias e unidades de saúde;

d) Toque de Recolher de sábado das 22h até 5h de segunda feira para todo o segmento do comércio, podendo funcionar apenas farmácias e unidades de saúde; 

e) Autorização para funcionamento das atividades administrativas do Sistema “S”, tendo em vista que possuem unidades em regiões do Estado de Goiás onde não foram decretados lockdown e prestam serviços assistenciais à sociedade; 

f) Liberação para funcionamento na forma essencial do segmento de óptica, sendo extensão do setor da saúde;

g) Autorizar como essencial segmento de Informática e TI;

h) Autorização para que os profissionais liberais retornem às atividades de imediato;

i) Funcionamento de shoppings centers das 12h às 20h de segunda a sábado, permanecendo fechado até segunda feira ao meio dia, inclusive praça de alimentação. 

j) Funcionamento da região da Rua 44 de quarta à sábado das 7 às 15hs;

k) Funcionamento de segunda a sábado dos bares e restaurantes até as 22hs;

l) As lojas de conveniência dos postos de combustível poderão funcionar até as 22 horas, sendo proibido o consumo de bebidas e alimentos no local;

m) Permissão para cultos e missas com o máximo de 30% da capacidade até as 22h;

n) Autorização para funcionamento das feiras livres seguindo todos os protocolos estabelecidos pelos órgãos de controle.

o) Autorizar a utilização de academias e piscinas para prática esportiva em condomínios, com horário marcado e tempo delimitado, observando a ocupação máxima de 30%. Proibição para uso de desfrute. As quadras poliesportivas deverão ter uso restrito ao grupo familiar que resida na mesma casa. O uso de quadras de tênis deverá ser agendado, não podendo ter fila de espera, devendo ter intervalo de 20 minutos entre o término e início das aulas.

p) Funcionamento da Construção Civil e de sua cadeia de fornecedores, uma vez que a atividade não gera aglomerações e serão orientados para um protocolo mais rigoroso.


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